Enquanto as maiores fabricantes de carros já dispõem de modelos movidos a bateria ou híbridos, as gigantes das motos ainda têm iniciativas pontuais na Europa e em países asiáticos, como Japão, Indonésia e Taiwan. Essas inovações, no entanto, vêm sendo testadas e prometem revolucionar a mobilidade em duas rodas. Reunimos a seguir cinco ações que podem ajudar a ampliar a produção de motos.
No início de 2019, foi formado um consórcio pelas quatro grandes empresas japonesas – Honda, Kawasaki, Suzuki e Yamaha – com o objetivo de criar um padrão para as baterias de motos elétricas intercambiáveis e os sistemas de substituição. No ano passado, essa iniciativa também passou a contar com a italiana Piaggio, fabricante da Vespa, e a austríaca KTM, que produz motos off-road elétricas.
Com baterias padronizadas e intercambiáveis, as empresas acreditam que podem sanar dois problemas que impedem a adoção generalizada de motos elétricas como solução de mobilidade: a autonomia e o longo tempo de recarga.
No início deste ano, Honda, Kawasaki, Suzuki e Yamaha se juntaram à Eneos, fornecedora japonesa de energia, para criar a Gachaco. A nova empresa, com sede em Tóquio, oferecerá serviço de compartilhamento de baterias intercambiáveis e padronizadas para motos elétricas. Trata-se da mesma ideia que está sendo colocada em prática pela Voltz, no Brasil. A empresa criou estações de troca de bateria, em parceria com o Turbo, hub de Inovação da Ipiranga, que atende apenas os entregadores do iFood que usam a moto elétrica da plataforma.
Por meio de uma assinatura mensal, os entregadores podem trocar a bateria descarregada por outra carregada nas estações que ficam espalhadas pela capital paulista.
Há algum tempo a Kawasaki tem trabalhado em uma motocicleta híbrida. O modelo usaria um motor elétrico na área urbana (até 60 km/h) e outro a combustão em velocidades mais altas na estrada. Recentemente, a marca demonstrou o modelo híbrido para a imprensa japonesa, mas não revelou detalhes do projeto.
A marca japonesa também tem testado combustíveis alternativos, como o hidrogênio. Apesar de não poluir, o gás é de difícil armazenamento e distribuição, mas ainda é uma aposta das marcas japonesas. A Yamaha, recentemente, desenvolveu um motor V8, para os automóveis da Toyota, também movido a hidrogênio.
As baterias e os sistemas de gerenciamento de energia também devem ter maior eficácia no futuro. Em poucos anos, as baterias já têm melhorado e devem evoluir ainda mais. A inglesa Triumph, recentemente, apresentou o protótipo de uma moto elétrica, desenvolvida em parceria com a Willians da F-1, que usa uma bateria que pode ser recarregada de 0% a 80% em apenas 20 minutos.
A brasileira CBMM também já faz testes com uma bateria de íons de lítio que tem nióbio em sua composição e permite uma recarga ultrarrápida com segurança e sem prejudicar a vida útil do componente.
Para acelerar a eletrificação da frota em duas rodas, empresas brasileiras estão investindo alto para produzir motos elétricas no País, com o objetivo de reduzir o preço dos modelos.
Com aporte de capital de fundos de investimento, startups nacionais estão abrindo fábricas no Polo Industrial de Manaus (AM) para produzir em grande escala e popularizar as elétricas no Brasil, o sétimo maior mercado de motos do mundo.
Em junho, a Voltz abriu sua planta na capital amazonense com 12 mil metros quadrados e capacidade produtiva para 15 mil unidades por mês. A Multilaser adquiriu a Watts Mobilidade e também deve começar a produzir motos elétricas em Manaus. A Shineray, de origem chinesa, já está montando motos elétricas em sua fábrica localizada em Pernambuco.