“Realmente parece que tem uma pessoa dirigindo. Aconteceu de um motociclista cruzar na frente do carro e ele parou super-rápido, ficamos impressionados. Liga a seta, faz as curvas, estaciona, faz tudo igual a uma pessoa faria”. É assim Marina Guaragna, brasileira e digital influencer de viagens, descreveu seu passeio com um carro autônomo chinês em Shenzhen.
A turista conta que fez duas viagens com o táxi sem motorista. Em uma delas, de 25 minutos, Marina queria apenas conhecer o veículo. Por isso, partiu de uma área próxima à Universidade Tecnológica de Shenzhen e foi até um centro comercial na região.
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“É impressionante ver a direção girando sozinha, o carro fazendo curvas e mudando de pista”, descreve. Apesar da situação inusitada, Marina conta que se sentiu segura: “Não houve nenhum imprevisto nem senti medo. Eu acho que nosso choque foi tão grande que não havia espaço para sentir medo.”
Ainda em fase de testes, os carros autônomos chineses podem fazer viagens sem motoristas ou com um supervisor. Em outra experiência, Marina trafegou por 40 minutos em um robotáxi que tinha um funcionário no banco do motorista, mas que só devia agir em situações de emergência.
Os carros autônomos chineses disponíveis em Shenzhen são do modelo Apolo e circulam em diferentes formatos. Mas, no geral, possuem radares ultrassônicos, câmeras de curto, médio e longo alcance, lidar e radares de onda milimétricas.
A empresa responsável pelos carros afirma em seu site que em mais de 100 milhões de km rodados não houve nenhum acidente por falha primária.
Até o momento, os robotáxis não trafegam em todas regiões da Shenzhen. A metrópole, com mais de 12 milhões de habitantes, possui bairros com carros autônomos em teste.
Ao mesmo tempo, as cidades de Beijing, Yangquan, Shanghai, Wuzhen, Hefei, Wuhan, Changsha, Chongqing e Guangzhou também possuem veículos automáticos da companhia em suas ruas.
Marina comenta que o Uber não opera na China, por isso, o táxi autônomo é alugado pelo aplicativo Didi, que oferece serviços similares. “Uma viagem de 40 minutos custou 78 yuans (R$ 58,00), mas como é um serviço novo, estão dando cupom de 100% de desconto na primeira corrida – e por isso saiu de graça”.
Marina relata ainda que os carros autônomos chineses “são usados quase exclusivamente por moradores, já que não podem ser chamados por um turista ou por um expatriado que está sozinho na China”. Para fazer suas viagens, a brasileira contou com a ajuda de um amigo local: “Ele nos ajudou chamando o táxi e indo com a gente em uma das viagens”.
Para pedir um carro é necessário usar o app da empresa Baidu. “Você chama e ele vem na hora, dependendo da disponibilidade de carros no momento – assim como os carros de aplicativos no Brasil”, explica a influencer.
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Os interessados devem inserir o ponto de partida e chegada. Como o carro autônomo não estaciona em todos os lugares, pode ser necessário andar por alguns metros até o veículo.
Por fim, para embarcar é necessário inserir uma senha. “Os últimos dígitos do celular servem como o código, semelhante ao sistema usado em delivery de comida do Brasil. Quando chegou o carro, ele parou no local onde pedimos e precisei digitar em um leitor ao lado da porta os números para a liberação”, acrescenta.