Conectividade e treinamento: união eficiente para redução de custos

Scania R 540 6x4 foi criado com tecnologias que permitem economia de combustível e maior disponibilidade de operações. Foto: Divulgação Scania

27/04/2021 - Tempo de leitura: 6 minutos, 45 segundos

A internet das coisas, ou simplesmente IoT (abreviação de internet of things), está presente em praticamente todas as atividades da economia, mas ainda há dúvidas do que realmente significa e qual é de fato a sua utilidade. Essa revolução tecnológica nada mais é do que a conectividade entre objetos que se comunicam entre si por meio de sensores inteligentes e softwares que transmitem informações à rede. 

Se parece uma explicação complicada, saiba que o objetivo é simples: promover mais produtividade, praticidade e informação. Esse é o caso da IoT aplicada ao monitoramento de caminhões. Por meio da conectividade, um sistema inteligente de monitoramento consegue mostrar, em tempo real, qual é o desempenho do veículo durante um trajeto. 

Munida dessa informação, uma transportadora é capaz de tomar decisões estratégicas para aprimorar suas atividades e reduzir custos operacionais, que vão desde economia de consumo de óleo diesel e pneus até outros componentes cujos gastos são bastante representativos em um caminhão.

Isso é possível graças a um chip instalado no caminhão que transmite dados a uma central de gerenciamento, que, por sua vez, absorve e organiza os dados. A Scania, por exemplo, já disponibiliza essa tecnologia em toda sua gama de veículos produzidos desde 2016. Entre eles, o pesado R 540 6×4. O modelo foi concebido com tecnologias que permitem mais economia de combustível e maior disponibilidade de operação, mas essas vantagens podem ser ampliadas com a ajuda da inteligência artificial, que possibilita que haja conectividade de máquina para máquina.

Tecnologia para aperfeiçoamento profissional

Nas palavras da Alex Barucco, gerente dos serviços conectados da Scania no Brasil, “a ativação da conectividade permite, sobretudo, ajudar o motorista a se transformar em um profissional melhor”. Mais que isso: empresa com caminhoneiros bem orientados apresenta melhores condições de elevar o faturamento e crescer.
Por meio dos serviços conectados da Scania, que usa inteligência artificial, ou seja, a internet das coisas, o monitoramento, em tempo real, permite ranquear o desempenho na direção por notas que vão de A a E. Trata-se de uma análise detalhada que verifica os detalhes da direção. Segundo Barucco, são observados itens como excesso de velocidade, marcha lenta, condução em trechos de serra, previsão, uso do controle de cruzeiro e veículo engrenado sem injeção de combustível. 

Foto: Divulgação Scania

O mais importante nesse tipo de monitoramento, de acordo com o executivo, é que a análise vai direto ao ponto. Ou seja, é possível verificar exatamente quais são os quesitos que precisam ser aprimorados. “O monitoramento analisa, por exemplo, se determinado motorista deixa sempre o caminhão em marcha lenta ou se um outro tem excesso de freadas e não aproveita muito a inércia”, comenta. 

Esse relatório permite mostrar ao motorista exatamente o que ele precisa fazer para corrigir essas falhas. E é dessa maneira que uma empresa consegue eliminar desperdícios e reduzir custos de forma certeira e sem perda de tempo. 

Alex Barucco explica, inclusive, que essa solução dos serviços conectados Scania oferece análise descomplicada e fácil de interpretar. “E isso permite fácil entendimento dos dados.” A união de conectividade com treinamento e orientações aos motoristas pode proporcionar redução de consumo de diesel de 14%, em média. Esse é o cálculo da Scania. Mas, para isso, é necessário que as empresas saibam usar os dados a favor do negócio. Ou seja, promover programas de treinamento ou orientações eficazes em cima dos resultados analisados. Também nesse sentido, a Scania ajuda o cliente na orientação aos motoristas. Ou seja, nesse momento, os masters drivers da Scania entram em ação para prestar consultorias teóricas e, até mesmo, práticas aos motoristas. 

“O transportador pode decidir caminhar com as próprias pernas ou solicitar a visita do master driver para ajudar a acertar os parâmetros com os motoristas”, explica. Esse profissional é responsável por capacitar motoristas a operarem o caminhão de maneira mais eficiente e segura. De acordo com Barucco, pelo menos, 50% dos transportadores pedem esse tipo de apoio, mas, depois, seguem sozinhos. No fim das contas, com ou sem essa ajuda da fábrica, a recompensa da junção entre conectividade e treinamento é a redução de custo.

Motorista, rota e carga

Segundo informações da Mercedes-Benz, que, assim como a Scania, oferece serviços conectados, a economia do combustível e de outros componentes depende fundamentalmente do motorista, da rota e da carga. Mas, juntas, conectividade, telemetria e plataforma de treinamento da marca, denominada Fleetboard, colaboram para redução do custo operacional em torno de 18% e, dentro desse valor, redução de 7% no consumo de combustível. 

A Volvo, por sua vez, oferece essa análise por meio de uma ferramenta denominada Dynafleet, e informa que os relatórios gerados permitem treinar os motoristas com exatidão por causa dos dados individuais de condução, aprimorando os pontos necessários. 

Carlos Banzzatto, gerente comercial de pós-venda da Volvo, diz que “são frequentes reduções de 10% ou mais no consumo de combustível apenas com base nesse tipo de trabalho”, assegura. 

Foto: Divulgação Nissan

Economia real

É por causa do pacote de conectividade que a Indiana Transportes consegue criar um programa de treinamento mais eficiente que os que preparava antes. Supervisor de frota e instrutor de condução, Elias Stutz contou ao Estradão que a quantidade de informações recebidas permite que o treinamento não seja algo engessado; pelo contrário, ficou mais dinâmico e específico para a necessidade individual de cada profissional. 

“Com o relatório da Scania, eu consigo enxergar que não preciso fazer grandes treinamentos com determinadas pessoas que necessitam apenas de ajustes pontuais. É como dar o remédio para a dor exata”, diz. 

Com 70 motoristas e 43 caminhões conectados Scania, a empresa, focada em transporte de grãos e insumos, principalmente no Paraná e no Centro-Oeste do Brasil, usa a conectividade desde 2018. E, de acordo com Elias Stutz, a economia anual proporcionada pela conectividade e pelo treinamento para o motorista equivale ao valor de um modelo Scania da frota. Hoje, a empresa tem os modelos G 420 e R 440. 

Sócia proprietária da Terra Master, Fernanda Veneziani, que atua com transporte de contêiner no Porto de Santos (SP), conta que, no último ano, observou uma economia de 12% no consumo de diesel em sua frota de caminhões. De acordo com ela, entre 2019 e 2020, foram 30 mil litros de combustível economizados. A redução ocorreu porque a empresa levou a sério os resultados dos relatórios gerados pelos serviços conectados da Scania. Além disso, ela afirma que a metodologia das notas de A a E faz com que os motoristas se sintam mais motivados para conquistar excelência na operação. “Eles assistem, em tempo real, ao desempenho de condução e se desafiam sempre”, diz. 

Presidente da ABC Cargas, Danilo Guedes também acredita que, quando uma transportadora passa a conhecer o estilo de condução do motorista, é mais fácil elaborar treinamentos direcionados e focados nas reais necessidades dos motoristas. “Com a ajuda da análise dos serviços conectados Scania, montamos uma grade parecida com uma trilha de aprendizado. Abordamos direção econômica e segura, além de gestão de risco e de combustíveis, tecnologia, saúde e segurança”, conta. 

A empresa, que leva cargas ao território nacional e internacional, usa serviços conectados da Scania há três anos. E o contato com essa análise dos motoristas veio como uma cortesia no acordo de manutenção contratado.

Segundo Guedes, antes, o motorista tinha de transferir os problemas para a oficina e, hoje, com a inteligência artificial instalada nos caminhões, passamos a ter mais confiança no diagnóstico e o tempo de espera para as revisões diminuiu consideravelmente”, conclui.