Uma moto de pista homologada para andar nas ruas. Assim a Ducati descreve a nova geração da Panigale V4R, uma versão ainda mais “racing” da famosa superesportiva italiana. Lançada no ano passado, a Panigale V4R chega com preço de R$ 690 mil, o que faz dela a moto mais cara do Brasil. O valor supera até mesmo a exclusiva MV Agusta Rush 1000, vendida por R$ 590 mil, no ano passado.
Falando em exclusividade, os interessados em adquirir a Ducati Panigale V4R devem se apressar para reservar a sua até o final de outubro. Afinal, apenas duas unidades da superesportiva de até 240 cv de potência máxima virão ao Brasil.
Embora não seja uma edição limitada, a Panigale V4R 2023 traz o número e o nome do modelo gravados na mesa de direção. De acordo com a Ducati Brasil, as entregas do modelo acontecerão em novembro. A marca, contudo, não informou se será necessário pagar um valor pela reserva.
Equipada com uma versão mais apimentada do motor Desmosedici Stradale, a Panigale V4R é praticamente uma versão de rua das motos Ducati no Campeonato Mundial de Superbike. Aliás, as principais novidades do modelo 2023 da V4R estão no motor. O V4 de 998 cm³ sofreu mudanças nas válvulas e coletores de admissão para atender às normas de emissões Euro 5.
Ainda assim, manteve seu caráter “racing” e gira até 16.500 rpm em sexta marcha. Além, é claro, de oferecer um excelente desempenho. A Panigale V4R produz 221 cv de potência máxima a 15.500 giros original de fábrica. Entretanto, ainda é possível extrair ainda mais alguns cavalinhos do motor. Para isso, basta instalar o escapamento de pista e usar o óleo desenvolvido especialmente para a superesportivae alcançar 240,5 cv de potência máxima.
Números possíveis graças à adoção de soluções técnicas sofisticadas derivadas do mundo das competições. Pela primeira vez, em uma moto de série, são utilizadas bielas de titânio perfuradas longitudinalmente ao longo da haste. Esta solução inovadora melhora a lubrificação e a confiabilidade em condições extremas.
Apesar de ser uma moto de rua, os pistões da Desmosedici Stradale R possuem uma saia revestida de DLC (Diamond Like Carbon), utilizada nas competições de MotoGP e Fórmula 1. O material, aplicado pela primeira vez em uma moto de rua, reduz o atrito entre o pistão e a camisa. Os pistões também são cinco gramas mais leves (o equivalente a 2% do seu peso), reduzindo assim as forças de inércia, em benefício da confiabilidade.
Diferentemente da versão “S”, a V4R usa uma embreagem seca, derivada da versão utilizada no Mundial de SBK pela equipe oficial Ducati. Assim como as relações de marcha são as mesmas das motos de corrida.
Para melhorar ainda mais o desempenho nas pistas, o modelo ganhou atualizações no pacote eletrônico. Há quatro mapas de entrega de potência no motor, além de diversos sistemas de assistência ao condutor para garantir a segurança.
A Panigale V4 R continua com o layout baseado no “Front Frame” e no monobraço de alumínio da família Ducati Panigale. Pode-se ajustar a altura do pivô do braço oscilante traseiro em quatro posições, como nas motos de corrida.
Embora abuse da eletrônica no motor, a Panigale V4 R manteve o ajuste da suspensão totalmente mecânico, o que permite acertos mais precisos. Na dianteira, o garfo telescópico invertido Öhlins NPX25/30 ganhou mais 5 mm de curso em comparação com a geração anterior da V4R.
Esta solução técnica, combinada com o novo monoamortecedor Öhlins TTX36 também aumentou a altura traseira em 20 mm. Desta forma, consegue-se um centro de gravidade mais elevado e, portanto, mais agilidade nas entradas de curva e nas mudanças de direção.
Para completar o pacote racing, até mesmo as carenagens foram projetadas para uso em corridas e estão em conformidade com os regulamentos técnicos do Campeonato Mundial de SBK. As novas carenagens também trazem novas asas com dois elementos, a principal e a flap. Feitas em fibra de carbono e mais compactas que a versão anterior, garantem mais eficiência aerodinâmica.