Em 2018, a cidade de São Paulo se comprometeu a reduzir 100% das emissões de CO2 em seu transporte público até 2031, com uma meta intermediária de 50% de redução até 2027. Nos Estados Unidos, o atual presidente, Joe Biden, lançou uma meta de chegar a 2030 com metade de todos os carros novos vendidos no país eletrificados. Com a proposta, veio uma série de incentivos fiscais: investir US$ 174 bilhões, começando pela construção de 500 mil estações de carregamento.
Com isso, nos perguntamos o que está ocorrendo no Brasil no que se refere à eletrificação da frota. Existem iniciativas em todas as esferas governamentais, como a Resolução 492/2018, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que estabelece os limites de emissão de poluentes por veículos comerciais leves e os de passageiros. Uma delas é o Proconve P7, que define que qualquer carro de passeio vendido no Brasil precisa cumprir o mesmo teto de emissões. Outra é o P8, dividido em três etapas: 2025, 2027 e 2029.
Em todas elas, o governo cobrará que as fabricantes tenham novos limites máximos de emissão de poluentes de forma corporativa, e não de maneira individual por modelo. A contagem corporativa tornará mais flexível a vida das montadoras, dando liberdade para manter em linha carros que extrapolam a meta exigida pelo P8, desde que o portfólio contenha outros modelos mais eficientes para compensar – e com bons volumes de vendas.
No âmbito federal, há projetos de lei que propõe isenção de IPI e PIS/Cofins. No estadual, Rio Grande do Sul, Paraná e Rio de Janeiro, por exemplo, possuem isenção do IPVA e outros descontos, em São Paulo. E, no municipal, a cidade de São Paulo liberou, em 2020, os carros eletrificados do rodízio, declarou obrigatoriedade de instalação de carregadores para veículos elétricos e híbridos em edifícios comerciais e residenciais novos. Por isso, o mercado de veículos elétricos no Brasil vem apresentando um rápido crescimento.
Em 2018, existiam apenas nove modelos de veículo eletrificado disponíveis para a venda no Brasil. Hoje, esse número saltou para mais de 30 opções, chegando a mais de 100 nos próximos anos. Em abril deste ano, a participação de veículos eletrificados nas vendas foi de 2,3%, superando a marca de 80 mil unidades. Estimativas mais otimistas apontam que, em 2030, 50% dos veículos leves novos vendidos serão elétricos, e a frota brasileira poderá superar os 5 milhões. No mundo, a projeção para 2025 é que 25% dos veículos vendidos sejam elétricos – cerca de 600 milhões.
Mas será somente a partir de 2027 que os carros com motores a combustão convencionais, sem auxílio de algum sistema híbrido, começarão a ficar com os dias contados, no Brasil. Levando em consideração que mais de 50 modelos já saíram de linha devido às exigências.
Entre as preocupações dos brasileiros com os veículos elétricos, segundo relatório recente da McKinsey, estão o acesso a ponto de recarga, autonomia, ciclo de vida da bateria, preço, custo de manutenção, segurança, qualidade, revenda, disponibilidade de modelo e design.
Já nos Estados Unidos, a recarga de veículos elétricos é um mercado que movimenta bilhões de dólares, anualmente, e está segmentado em soluções B2B e B2C, com a venda e locação de carregadores, assinaturas mensais e anuais, software de gestão, manutenção, segurança e venda de energia.
Nessa direção, a Ecovagas, empresa da Estapar e primeira rede de carregamentos de veículos elétricos semipública integrada e conectada do Brasil, é um exemplo de estrutura completa com capilaridade nacional para alavancar a eletrificação no País. O projeto conta com alta recorrência de transações do consumidor, tem base operacional e de manutenção, além de já estar presente em 13 estados e com mais de 200 carregadores instalados.