Depois de anunciar o retorno da Hornet, a Honda apresentou a nova Transalp XL 750 no dia de abertura à imprensa no EICMA 2022, o Salão de Motos de Milão. Além de renascer a moto aventureira, a fabricante japonesa apresentou seu primeiro modelo elétrico para o mercado europeu: o ciclomotor “EM1 e:”.
Outros destaques da Honda no EICMA incluem a CL 500, uma scrambler de dois cilindros, e as scooters Forza 125 e Forza 350, com visual novo. Outro modelo mostrado em Milão é a CMX 1100T Rebel, uma cruiser com carenagem “asa de morcego”, que lembra as motos da Harley. A CMX 1100T, contudo, usa o mesmo motor de dois cilindros e 1.100 cc da Africa Twin e chega para ampliar a oferta de motos com câmbio DCT da marca japonesa.
Com lançamento previsto para meados de 2023, a “EM1 e:” é a primeira moto elétrica Honda para o mercado europeu. Também é o primeiro modelo revelado após o anúncio dos planos da marca em introduzir 10 ou mais motos elétricas globalmente até 2025. Segundo a marca, “é primeiro passo para atingir o objetivo de atingir a neutralidade de carbono para toda a sua linha de motos até 2040”.
A sigla “EM” (do Inglês, Eletric Moped) significa “Ciclomotor Elétrico”. Voltado aos jovens a partir de 16 anos, que podem pilotar ciclomotores, segundo a legislação da União Europeia, o EM1 e: é compacto, de piso plano e tem um estilo único, que o diferencia de outros modelos Honda.
Feito para pequenos deslocamentos urbanos, o EM1 e: usa o módulo Honda Mobile Power Pack e:, que pode rodar mais de 40 quilômetros com uma única carga. Como o nome sugere, o módulo é um conjunto de baterias removíveis que pode ser facilmente carregado em tomadas comuns. Futuramente, a Honda pretende também adotar as estações de troca de bateria que já começaram a ser implantadas no Japão e na Índia.
A principal atração do estande da Honda é, sem dúvida, o renascimento da Transalp, como XL 750, mas sem o antigo motor em “V”. Afinal, a aventureira média da marca japonesa retorna com o mesmo motor bicilíndrico paralelo, de 755 cm³, e 92 cv, que equipa a nova Hornet.
O motor está alojado num quadro de aço tipo diamante, para reduzir o peso. Seu espírito aventureiro aparece nas suspensões, que usam garfo invertido Showa de 43 mm de diâmetro, na dianteira, e um amortecedor traseiro fixado por links. Completam a ciclística roda de 21 polegadas, na frente, e 18”, atrás, calçadas com pneus de uso misto, com câmara.
A lista de especificações da Transalp é encabeçada por um painel TFT colorido de 5 polegadas, com conectividade para dispositivos Android e iOS, por meio do sistema Honda Smartphone Voice Control (HSVCs). A nova aventureira da Honda também tem iluminação full-LED e piscas com cancelamento automático.
A exemplo da Hornet 750, o pacote eletrônico da nova Transalp é bastante completo. Traz cinco modos de pilotagem, controle de tração, diferentes níveis de entrega de potência e de atuação do freio motor.
Assim como a nova Hornet, a renascida Transalp XL 750 deverá vir ao Brasil em 2024. A Transalp seria uma boa opção de aventureira média e mais acessível do que a Africa Twin, para concorrer com modelos como BMW F 850 GS e Triumph Tiger 900.
Inspirada nas Hondas CL das décadas de 1960 e 1970, a CL500 é a mais nova integrante da família de 500 cc da Honda. O modelo scrambler combina o charme retro com tecnologia e equipamentos modernos.
A nova CL500 usa o popular motor de dois cilindros paralelos e 471 cm³; que já equipa a CB 500F e a CB 500X, ambas à venda no Brasil. De acordo com a Honda, porém, o bicilíndrico foi reajustado para oferecer acelerações mais rápidas, inclusive com uma relação final mais curta. O câmbio tem seis velocidades.
O design segue a receita das scrambler dos anos de 1970, com farol redondo com quatro lâmpadas de LEDs, passando pelo tanque de formas arredondadas, até a ponteira de escape inclinada para cima, com capa em aço inoxidável perfurada.
Na parte ciclística, a CL 500 tem quadro de treliça em tubos de aço, com suspensões de longo curso: garfo telescópico de 41 mm de diâmetro, na frente, e dois amortecedores traseiros. Já as rodas são aro 19, na dianteira, e 17, na traseira, com pneus de cravo, como manda o estilo scrambler.
O novo modelo seria uma novidade interessante para completar a linha de 500 cc da marca no Brasil, mas acho difícil a Honda trazer a CL 500 para o mercado nacional. Principalmente, porque essas motos de estilo retrô são voltadas para um nicho específico e não têm grande volume de vendas – um critério essencial para a Honda investir alto e nacionalizar a CL 500.