Rota Sorocabana e Nova Raposo têm estruturas cicloviárias previstas no edital, descubra quantos km

Falta de arborização é um dos problemas da ciclovia, nas não é o único. Foto: Adobe Stock

11/09/2024 - Tempo de leitura: 3 minutos, 27 segundos

Os editais de concessão das rodovias paulistas Nova Raposo e Rota Sorocabana preveem a implantação ou revitalização de 46,42 km de estruturas cicloviárias. Sendo assim, as empresas que ganharem as concessões deverão instalar ou reformar ciclovias (pistas exclusivas para bicicletas, com segregação) e ciclofaixas (pistas com sinalização para bicicletas) nessas estradas.

A previsão da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) é de que os investimentos sejam de R$ 25 milhões. A proposta inicial do Poder Público é que as empresas instalem 21,47 km de novas ciclofaixas e 14,1 km de ciclovias. Por fim, a revitalização de ciclovias já existentes deve ser de 10,85 km.

Durante o período de concessão, as empresas deverão mapear as áreas com maior tráfego de ciclistas. Em seguida, o edital prevê a realização de estudos de viabilidade para a criação de novas estruturas cicloviárias.

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Revitalização de ciclovia na Rota Sorocabana

Na Rota Sorocabana, a revitalização será de 10,85 km e ocorrerá na ciclovia localizada na Rodovia João Leme dos Santos (SP-264), entre as cidades de Sorocaba e Salto de Pirapora. Sobre essa estrutura, Daniel Guth, diretor da Aliança Bike, afirma que ela “tem problemas de conexões, trechos com saída de automóveis e simplesmente some em um ponto, retomando mais a frente”.

A ciclovia ainda conta com passagens estreitas ou com asfalto precário e sofre de falta de arborização. “Uma ciclovia na beira de uma rodovia sem um amplo projeto de arborização, para dar conforto térmico, se torna uma penalização para o ciclista”, resume Guth.

A separação entre carros e bicicletas também deixa a desejar, sendo feita apenas por um trecho de grama. “A segregação é pouca, qualquer veículo em alta velocidade acaba passando por cima da grama. Existem exemplos melhores em ciclovia em beira de estrada. Na Europa, por exemplo, em que foi feito o plantio de árvores grandes e fortes, elas segregam os veículos motorizados e ainda dão conforto térmico”, ele explica.

Por fim, o diretor da Aliança Bike detalha que a via é usada por dois grupos diferentes: trabalhadores, que pedalam mais devagar, e esportistas, que andam rápido e em grupo. Nesse caso, para atender as duas demandas, seria necessário que a estrutura tivesse pelo menos 2.5m de largura, permitindo os trânsitos distintos.

Novas estruturas nas estradas Nova Raposo e Rota Sorocabana

A instalação de uma nova ciclovia de 14,1 km deve ocorrer no trecho urbano da Rodovia Raposo Tavares (SP-270), em Sorocaba. Para garantir as segurança dos ciclistas, Guth explica que essa estrutura precisará ser “larga, com no mínimo 2.5m, ter tratamento em todos os entroncamentos rodoviários, ou seja, todas as saídas e entradas, e dar prioridade para quem está de bicicleta”. Além disso, a segregação com árvores seria necessária.

No Lote Nova Raposo, uma nova ciclofaixa de 21,47 km será criada entre as cidades São Paulo e Cotia. A estrutura ficará nas marginais da SP-270, do km 10,94 ao km 32,41. A previsão de “ciclofaixa” no edital indica que a separação entre carros e bicicletas seria de apenas uma pintura no chão. Sobre isso, Guth afirma que “não tem nenhum sentido você segregar bicicletas em uma rodovia só com pintura”.

De acordo com o especialista, o Manual de Sinalização Cicloviário do Contran prevê que em estradas a estrutura presente deve ser uma ciclovia. A medida traz mais segurança para ciclistas, que estão próximos de carros em alta velocidade

Guth ressalta que os termos muitas vezes são confundidos pelo poder público, sendo assim, ainda há a possibilidade que, se referindo a um ciclofaixa, o projeto planeje uma ciclovia. No entanto, “se eles não erraram no termo, é gravíssimo. Estariam indo contra todos os manuais que tratam desse assunto. Se for mesmo ciclofaixa, claramente teremos que questionar na justiça”, ele explica.