KTM planeja produzir motos aventureiras no Brasil

Showroom das concessionárias, atualmente, é dominado por motos off-road, mas isso deve mudar em breve, planeja diretor-geral da Factory KTM, representante da marca no Brasil. Foto: Divulgação/Factory KTM

12/03/2024 - Tempo de leitura: 3 minutos, 15 segundos

Depois de um crescimento de 300% nas vendas das motos off-road no Brasil, nos últimos quatro anos, a Factory KTM, representante da marca austríaca no país, quer crescer no segmento street. Para isso, os planos da empresa incluem a abertura de novas concessionárias e a ampliação do line-up, com a nacionalização de modelos de rua.

“A KTM vai chegar a 2025 em um novo momento no Brasil”, vislumbra o diretor geral da Factory KTM, o empresário e ex-piloto Fabio Wolf Campos. Nos últimos anos, de acordo com Campos, a empresa se dedicou a treinar a rede de concessionárias e aprimorar os serviços de pós-venda.

“Criamos um centro técnico que dá treinamentos homologados pela fábrica aos mecânicos”, revela Campos em entrevista exclusiva ao MotoMotor. Atualmente, a rede tem 10 concessionárias full-brand, apenas KTM, e outras quatro lojas dual-brand, em conjunto com concessionárias Dafra.

Diretor-geral da Factory KTM, Fábio Wolf Campos também é ex-piloto e motociclista. Foto: Arquivo pessoal

Além de focar na disponibilidade de peças e acessórios, apoiou e patrocinou pilotos e competições off-road. No ano passado, a KTM vendeu 2000 motos off-road no Brasil, de 250cc a 450cc, de enduro e motocross. Embora pequena, a quantidade demonstra um crescimento de 300% nos últimos quatro anos – em 2019, foram 600 unidades. Para 2025, o plano é chega a 2500 unidades/ano. “Agora temos plena condição de viabilizar os projetos de nacionalização de novos modelos e fazer da KTM líder também nos diferentes segmentos street do mercado brasileiro”, ambiciona.

KTM terá fábrica no Brasil?

Atualmente, a KTM, em parceria com a Dafra, monta apenas os modelos de enduro e cross em Manaus (AM). Já as motos bigtrail, como a 890 e a 1290, chegam importadas ao País, com preços bem mais altos do que as concorrentes. “Mesmo não sendo lucrativa é uma operação importante do ponto de vista do marketing, para ajudar a consolidar a imagem de marca premium, que acredita no Brasil”, acredita o diretor geral da Factory KTM, o empresário e ex-piloto Fabio Wolf Campos.

“Sabemos que a única forma de ter um valor competitivo é produzindo no Brasil, em função dos benefícios fiscais”, diz o executivo. De acordo com Campos, os planos de uma fábrica na capital amazonense já estão em andamento. As motos produzidas em Manaus, por exemplo, não pagam IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).

390 Adventure também está nos planos

Os primeiros modelos devem ser as motos aventureiras de alta cilindrada, como a 890 e 1290. Chamadas de Adventure no exterior, as motos bigtrail da KTM, contudo, não usam esse nome no Brasil devido a uma disputa judicial com a Fiat. O objetivo é “morder” uma fatia do segmento que não para de crescer, liderado pela BMW GS.

Bigtrail 1290 “ADV” deve ser nacionalizada. Foto: Divulgação/KTM

Para o futuro o plano também é fortalecer o segmento de média cilindrada, garante o diretor executivo da Factory KTM. Modelos como as naked Duke 200 e Duke 390 que foram “abandonados” com o passar dos anos.

A 390 Adventure, uma moto trail de média cilindrada, também é outro desejo dos consumidores brasileiros. O modelo, que viria brigar com Versys 300, as novas Triumph 400 cc e até a Honda CB 500X, porém, ainda não teve autorização para ser produzido no Brasil. “Homologamos o modelo em 2020 para produzir na Zona Franca de Manaus, mas a KTM não autorizou a produção por ter dúvidas na viabilidade econômica do projeto. Mas devemos ter novidades em breve!”, promete Campos.

Aos fãs mais afoitos, entretanto, o empresário avisa que o projeto de uma fábrica no Brasil deve se tornar realidade apenas no ano que vem. “O projeto para sair do papel demanda tempo e investimento, mas acreditamos no potencial do mercado e queremos mostrar que a KTM também”, finaliza.