Um dos itens mais importantes para garantir o bom funcionamento da motocicleta e até aumentar a vida útil do motor é o uso de um bom óleo lubrificante. O motociclista precisa realizar a troca de óleo nos intervalos recomendados pelo fabricante e cultivar o hábito de verificar o nível do lubrificante periodicamente. “O óleo lubrificante é crucial para a longevidade da moto”, alerta o mecânico profissional Rogério Otani.
Embora existam dicas simples de seguir, muitos consumidores e reparadores ainda têm dúvidas sobre os óleos lubrificantes. Frases como “Óleo é tudo igual” ou perguntas como “Posso utilizar o óleo de carro na moto?” são comuns nos grupos e fóruns de discussão de motociclistas nas redes sociais.
Para acabar com essas dúvidas, conversamos com especialistas e pilotos sobre mitos e verdades que rondam os óleos lubrificantes. Confira!
Existem diversos tipos de lubrificantes no mercado. Podem ser óleos graxos (de origem animal ou vegetal), minerais (derivados do petróleo) e sintéticos e semissintéticos (produzidos em laboratório). Assim como as motos, os óleos evoluíram ao longo dos anos e hoje há uma linha extensa, que se diferencia pela densidade, viscosidade e aditivos. Por isso, é importante utilizar o óleo com as especificações recomendadas pelo fabricante.
Quando o motor está em funcionamento, os cilindros e os pistões se movimentam rapidamente e geram atrito entre essas partes móveis. O atrito produz calor, que pode danificar muitas peças. O óleo é responsável pela lubrificação desses componentes. Um óleo lubrificante de qualidade forma uma película protetora nas superfícies das peças, reduzindo o atrito e o calor e impedindo o desgaste excessivo.
Na maioria das motocicletas a caixa de câmbio e a embreagem são acopladas ao motor. Portanto, o mesmo óleo que protege cilindros e pistões também lubrifica as engrenagens do câmbio e os discos de embreagem. Isso não acontece nos carros, que têm câmbio e embreagem separados do motor.
Por isso, os lubrificantes para automóveis possuem componentes que podem danificar o sistema de transmissão das motos. O ideal é usar um óleo desenvolvido especificamente para as motos, garantindo proteção, durabilidade e melhor desempenho.
Para proteger e assegurar o bom desempenho do motor, é preciso substituir o óleo lubrificante no intervalo de tempo recomendado pelo fabricante. Ele varia conforme o modelo e é recomendado pela fábrica depois de realizados exaustivos estudos e testes. Essa informação geralmente está no Manual do Proprietário e deve ser seguida à risca. A troca é realizada após a quilometragem determinada ou o tempo de uso, uma vez que os óleos lubrificantes também têm data de validade.
Em algumas motos, o lubrificante deve ser substituído a cada 5.000 km ou seis meses por outro com a mesma especificação. Ou seja, mesmo que a motocicleta não tenha rodado a quilometragem indicada, o óleo deve ser substituído. E não se esqueça de colocar a quantidade exata recomendado pelo fabricante. Nem mais. Nem menos.
Muitos ignoram a recomendação dos fabricantes e optam pelo óleo mais barato, que pode causar danos ao motor. Use sempre o óleo recomendado pelo fabricante que projetou e testou o motor exaustivamente e sabe o que é melhor para a motocicleta. O lubrificante é como uma peça original e genuína da moto, desenvolvido por quem sabe o que a moto precisa e garante boa performance e durabilidade ao motor, com qualidade e preço justo.
Muita gente se lembra de trocar o lubrificante, mas se esquece de verificar o nível, que deve estar entre os traços “mínimo” e “máximo” do medidor. Isso garante a lubrificação do motor, que terá a quantidade necessária de óleo, além de ajudar a identificar algum problema, como vazamentos.
Confira o nível de óleo lubrificante toda vez que for rodar com a moto. Mas, se você vive na correria do dia a dia, cheque o nível ao menos uma vez por semana. Também é importante seguir as instruções do Manual do Proprietário sobre o procedimento para verificar o nível de óleo da moto.
Se o nível está abaixo do mínimo, é necessário completar o reservatório com mais lubrificante. Mas nunca misture dois tipos de óleo de marcas ou especificações diferentes. Utilize o mesmo lubrificante que já está em sua moto, pois misturar um óleo mineral com outro semissintético, por exemplo, pode prejudicar a eficiência do sistema de lubrificação e a validade do lubrificante. Usar o mesmo óleo para completar o nível é essencial para proteger sua moto e obter o melhor desempenho dela.
Indicar ao cliente um lubrificante com desempenho inferior ao recomendado pelo fabricante pode prejudicar o motor, por causa do risco de formação de borra pelo envelhecimento (oxidação) precoce do lubrificante ou comprometimento da função de lubrificação do motor. E não adianta fazer a troca em intervalos menores. O óleo que não atende as especificações causa desgaste excessivo nas peças móveis, dificulta a troca de marchas e provoca avarias no motor em pouco tempo de uso.
Quando você roda com sua moto, é normal o nível do lubrificante baixar, pois no momento da lubrificação do pistão um pequeno volume de óleo é “queimado” junto com o combustível. Se o lubrificante ficar preto é sinal que ele está cumprindo uma de suas funções: a de remover as impurezas do motor. Um bom óleo retira as partículas metálicas, a oxidação e os hidrocarbonetos (combustível mal queimado) do motor, deixando as superfícies de atrito limpas.