Motocicleta é opção para driblar o trânsito das grandes cidades

Motocicleta é opção para driblar o trânsito das grandes cidades. Foto: iStock

13/12/2019 - Tempo de leitura: 2 minutos, 36 segundos

Mais de 160 horas ou quase uma semana. Esse é o tempo que o brasileiro gasta, em média, para se deslocar de casa ao trabalho em dias úteis por ano, segundo pesquisas recentes sobre Mobilidade Urbana. Tudo isso para percorrer 16 km em média, uma realidade para 90% das quase 2.500 pessoas que responderam ao levantamento e utilizam ônibus ou carros como meios de transporte.

Na capital paulista a situação é ainda mais alarmante. O paulistano desperdiça 1h57 por dia para cumprir o principal deslocamento do dia (seja para o trabalho ou escola), média puxada por quem usa transporte público ou automóveis. O vilão por trás desses números é um só: o trânsito. E entre as opções motorizadas somente as motocicletas são capazes de fugir dele.

“As pessoas associam o carro à rapidez. Nem sempre isso é verdade. Ter um carro faz parte do nosso imaginário desde crianças, e isso acaba refletindo na nossa cultura. Há muitas situações em que se chega mais rápido indo a pé, de bicicleta ou de moto”, explica Artur Morais, especialista em políticas públicas de transportes e pesquisador da Universidade de Brasília (UnB).

Morais aponta que as vantagens da moto estão relacionadas à locomoção rápida, inclusive em grandes distâncias. “Além disso, elas são econômicas e pouco prejudicadas pelos engarrafamentos.”

Motocicletas são permitidas por lei para circular entre os carros dentro das cidades (nos chamados corredores), condição fundamental para reduzir pela metade – ou menos – o tempo gasto no deslocamento diário entre casa e o trabalho. Foi o que ocorreu com a editora de vídeos Fernanda Schwarzschild, que mora em São Paulo (SP). “Eu demorava cerca de 50 minutos para chegar ao trabalho. Depois que comprei uma moto levo no máximo 25 minutos.”

Economia de tempo e de dinheiro

Outro usuário que se viu com mais tempo para aproveitar a vida foi o comerciante Antonio Carlos Maturana. Os 6 quilômetros que ele percorria de carro até o trabalho eram feitos em 45 minutos. Ao comprar uma moto de baixa cilindrada, passou a economizar 30 minutos no trânsito. E não foi só no relógio que ambos sentiram a diferença ao entrar para o mundo das duas rodas. Ela também começou a pesar menos no bolso.

Segundo Maturana, sua despesa mensal com combustível girava em torno de R$ 180 para completar um tanque e meio do seu carro. A conta caiu para R$ 30 mensais. A distância diária de Fernanda era maior (25 km), por isso, ela chegava a gastar R$ 400 reais por mês para abastecer seu automóvel. Hoje, com a moto, essa despesa não passa dos R$ 150, mais de 60% de economia.

A economia é ainda maior quando são comparados os custos de manutenção de um carro com os de uma moto de baixa cilindrada. IPVA, revisões e peças de substituição programada tendem a custar muito menos em motos de entrada.