Com o crescimento do número pessoas pedalando nas ruas durante a pandemia, há também o risco de aumento de acidentes envolvendo bicicletas. Esse tipo de ocorrência vinha crescendo no Brasil já antes da crise sanitária.
Entre 2012 e 2018, o número de óbitos aumentou 45%, passando de 1.064 óbitos para 1.545, de acordo com a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet). Na última década, mais de 8 mil ciclistas morreram nas ruas brasileiras.
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Depois das medidas de restrição de circulação por conta da pandemia de covid-19, os motoristas se tornaram mais pacientes com as bicicletas, de acordo com uma pesquisa realizada pela Green Flag na Inglaterra. Apesar disso, medidas mais eficazes precisam ser tomadas para garantir a segurança dos usuários de bicicletas nas vias urbanas. Confira algumas soluções possíveis.
O principal receio de quem pedala é dividir a via com automóveis e veículos maiores, como ônibus e caminhões. Esse medo tem fundamento, pois a falta de respeito à distância mínima (de 1,5 metro) aumenta o risco de atropelamento e a sensação de insegurança.
Dessa forma, a construção de espaços segregados do tráfego comum de outros veículos, como ciclovias e ciclofaixas, é fundamental para tornar os espaços urbanos mais seguros aos deslocamentos com bicicletas.
O ideal é que a infraestrutura seja permanente. Contudo, soluções temporárias de urbanismo tático, como as ciclovias pop-up adotadas em todo o mundo, podem ser um importante caminho para demonstrar a viabilidade dos espaços exclusivos para bikes.
Nos espaços reservados a bicicletas, a sinalização adequada é essencial para um deslocamento seguro de quem pedala. Os sinais devem estar inseridos dentro da infraestrutura urbana e também presentes tanto na bicicleta quanto na conduta do ciclista.
Como os pedestres podem transformar a mobilidade urbana
Os sinais na infraestrutura podem ser horizontais, como pintura de faixas em vermelho para destacar o espaço de bikes, ou verticais, como placas, informando a existência de ciclovia e distância mínima. A sinalização do ciclista deve incluir o uso de luzes e trajes que aumentem a visibilidade, além de avisos com as mãos sobre a mudança de direção da bicicleta.
Para aumentar a segurança nos deslocamentos por bicicletas, promover a educação viária é fundamental — tanto para quem pedala quanto às demais pessoas envolvidas no trânsito urbano, como motoristas, motociclistas e pedestres. O Código Brasileiro de Trânsito, além de normas e punições para infratores, oferece um verdadeiro manual de boas práticas para aumentar a segurança dos ciclistas.
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O usuário da bike deve estar atento ao uso de equipamentos, como capacetes e espelho retrovisor, e respeitar as mesmas regras de tráfego do que outros veículos, como parar no semáforo vermelho e dar prioridade aos pedestres, além de seguir normas específicas de circulação de bicicletas (como a proibição de andar em calçadas).
Os motoristas e motociclistas devem manter uma distância mínima das bicicletas, dando a preferência aos ciclistas antes de virar à esquerda ou à direita. Além disso, devem respeitar o espaço da bike na margem das vias quando não houver ciclovias ou ciclofaixas.
Para garantir o respeito às regras de trânsito e a segurança do ciclista, a autoridade de trânsito deve fiscalizar a fundo o cumprimento da legislação e punir os infratores. Órgãos fiscalizadores precisam impor limites de velocidade reduzidos em ciclorrotas, além de manter o caminho livre de carros estacionados nos espaços destinados a bicicletas.
As condutas irregulares devem ser punidas conforme a lei, que prevê da remoção de veículos à suspensão do direito de dirigir, no caso de motoristas de carros, ônibus, caminhões e motocicletas.
Fonte: Pedal, WRI Brasil, WRI Cidades, Código de Trânsito Brasileiro
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