As manobras de ré são um tormento para muitos motoristas, ainda mais na hora de fazer uma baliza e estacionar o carro em uma vaga apertada. Nessas horas, a câmera e os sensores de ré ajudam muito para evitar uma batida em outro carro ou obstáculos.
Mas essas tecnologias não se resumem a isso. As câmeras e os sensores de ré são os “olhos” dos motoristas na parte de trás do automóvel. Elas são capazes de impedir acidentes mais sérios, como atropelamentos de crianças e ciclistas que, inadvertidamente, estão atrás do veículo.
“Atualmente, 54% dos veículos 0-km já vêm com os sensores instalados, o que comprova a popularidade da tecnologia”, afirma Bruno Mori, gerente de produto para sistemas de assistência ao condutor da Bosch. “A maioria das pessoas ainda encara o item apenas como item de conforto, de auxílio para as manobras, e não com equipamento de segurança. De qualquer forma, os motoristas estão se beneficiando duplamente.”
Mori conta que grande parte dos atropelamentos acontece em ambiente familiar, quando crianças ou idosos estão “escondidos” no chamado ponto cego dos motoristas, principalmente se o veículo for mais alto e com área envidraçada menor, como alguns modelos de SUVs.
“Quando vão tirar o carro da garagem, eles ainda não têm a preocupação habitual com o trânsito. Estão mais relaxados e, portanto, não percebem o que está acontecendo atrás do automóvel”, afirma.
Segundo a Administração Nacional de Segurança no Tráfego Rodoviário dos Estados Unidos (NHTSA), aproximadamente 200 acidentes com vítimas por ano são evitados graças à câmera de ré, itens obrigatórios nos veículos americanos desde 2018.
“Felizmente, o Brasil acompanha essa decisão”, revela Mori. “A resolução 759 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), de 2018, determina que, a partir de 2025, os novos projetos de automóveis já contemplem o sistema de alerta traseiro. Os modelos produzidos hoje terão até 2027 para se adequar à obrigatoriedade.”
Segundo Mori, a legislação exigirá a instalação da câmera ou dos sensores, ou seja, do dispositivo de alerta visual – pela tela da central multimídia do carro – ou sonoro, o tradicional “bip bip” emitido quando a traseira se aproxima de algo ou alguém.
“Quem já dirigiu um carro com os sistemas sabe bem como eles são práticos. A combinação dos dois alertas garante ainda mais segurança e conforto aos ocupantes”, define Mori.
A câmera de ré complementa o campo de visão do motorista permitindo visualizar os arredores na traseira do veículo e os sensores de estacionamento emitem um alerta sonoro ativo quando o veículo está próximo de um obstáculo. “Os sistemas são complementares pois a interação com o motorista ocorre através de diferentes sentidos.”
O sistema de alerta e monitoramento traseiro tem variantes, com sensores e câmeras colocados na dianteira e nas laterais do veículo. Eles integram automóveis que já executam manobras semiautomáticas de estacionamento, cabendo ao motorista controlar apenas o acelerador e o pedal de freio, o esterçamento do volante é feito de forma automática.
A câmera e os sensores de ré também podem trabalhar em sincronia com a frenagem de emergência. Assim, se o carro estiver na iminência de bater em um obstáculo durante a manobra de ré, a frenagem imediatamente é acionada para evitar a colisão. “No futuro, o automóvel fará as manobras sem qualquer intervenção do motorista. Nesse sentido, a Bosch já vem estudando soluções usando como base os mesmos sensores adotados atualmente”, completa Mori.