O primeiro passo na hora de comprar um capacete para moto é saber o tamanho correto. Ele deve ficar sempre justo na cabeça, com aquela leve sensação de aperto. Em hipótese alguma o capacete pode estar folgado porque, além de perigoso, compromete a visão do motociclista.
“Capacete de motocicleta folgado tem o mesmo efeito de um boné, ou seja, nenhum”, afirma o instrutor de motociclismo, Geraldo Simões. Ele explica que antes de comprar o capacete, o ideal é passar a fita métrica em volta da cabeça para medir a circunferência dela. O resultado é o número do capacete.
“No Brasil é difícil achar modelos com números impares. Por isso, é fundamental experimentá-lo para conferir se ele veste bem. O compromisso do capacete para motos é com a proteção e o conforto térmico. O design só importa quando é funcional”, diz Simões.
Há vários tipos de capacete no mercado e todos devem trazer o selo de certificação do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Eles são divididos em integral (todo fechado), misto (com queixeira escamoteável), modular (com a frente móvel) e aberto (sem a queixeira).
Para Geraldo Simões, o integral é o mais seguro por proteger toda a caixa craniana. Embora mais ventilado, o capacete aberto é vulnerável a uma possível lesão maxilar ou um traumatismo no rosto em caso de queda.
O instrutor admite que muita gente, por usar a moto por mais tempo na cidade, prefere o capacete misto, justamente porque o modelo permite elevar a queixeira. “Há quem levante a queixeira e passa a gostar de pilotar só desse jeito. Mas é perigoso”, alerta.
Seja qual for o capacete para motocicleta, a legislação proíbe que o rosto fique descoberto. Assim, se o modelo não tiver viseira, é obrigatório usar óculos específicos de motociclista – e não apenas os de grau ou de sol, achando que eles darão a proteção necessária.
“Um motociclista sem viseira que bate em um inseto com a moto a uma velocidade de 60 km/h pode sofrer uma lesão mais séria ou até perda de visão”, adverte André Garcia, advogado especialista em segurança no trânsito com foco em motocicleta.
Ao contrário dos produtos à venda nos supermercados, o capacete não tem data da validade. No entanto, a recomendação é usá-lo por, no máximo cinco anos ou fazer a substituição se ele sofrer um impacto forte, mesmo que não haja dano visível à estrutura.
Segundo Simões, não existe uma lei que obrigue essa troca. Um dos indicadores mais simples para saber se chegou a hora de aposentar o capacete é se está ficando mais frouxo na cabeça.
“Com o tempo, o material empregado na fabricação começa a se desgastar. A camada de poliestireno expandido vai achatando e perdendo eficiência, assim como o casco e o forro, que é um dissipador de energia”, revela.
Atualmente, tecnologias avançadas são adotadas no desenvolvimento dos capacetes para moto de marcas mais confiáveis, garantindo leveza e resistência. A fibra de carbono, por exemplo, absorve bem o primeiro impacto e evita o efeito chicote – de vai e volta da cabeça contra o piso. Já a produção que usa plástico injetado ABS tem ótima relação custo-benefício, embora a absorção de impactos seja menor.
“É como jogar contra o chão uma bola de futebol de salão e uma de basquete. A primeira vai bater e ficar, como o capacete de fibra ao se chocar contra o solo. A segunda quica algumas vezes, como o modelo de plástico”, diz André Garcia. “Os dois são seguros, mas a qualidade do de fibra é superior. Além disso, desconfie sempre de capacetes com preços muito abaixo dos praticados no mercado.”
Outro fator importante é o peso do capacete. Quando mais leve – estamos falando de cerca de 1,4 kg –, melhor. O forro deve ser confortável e absorver bem a transpiração. Existem capacetes com forros removíveis, que podem ser lavados.
As viseiras feitas com plástico mais grosso e com tratamento antirrisco duram muito mais. A ventilação também é importante para manter o capacete arejado e evitar embaçamento da viseira – o que significa uma viagem mais segura ao condutor.