Asfalto como todo viajante merece

Pesquisas para aprimorar a qualidade das rodovias envolvem o trabalho de 15 profissionais. Foto: Divulgação CCR.

10/02/2020 - Tempo de leitura: 2 minutos, 42 segundos

Percorrer as rodovias administradas pelo Grupo CCR é rodar com suavidade sobre um pavimento sem irregularidades – “um tapete”, como se costuma dizer. Trata-se do resultado dos esforços e de muitos ensaios realizados por uma equipe de engenheiros e técnicos instalada no km 184 da Rodovia Presidente Dutra, em Santa Isabel (SP).

Ali está o Centro de Pesquisas Rodoviárias (CPR), criado em 1999 pela CCR NovaDutra, concessionária que administra a rodovia, com o objetivo de estabelecer um programa de desenvolvimento tecnológico por meio de pesquisas, além de promover a melhoria contínua. Vinte anos depois, o CPR está consolidado como referência no País. Os estudos realizados ao longo desse tempo permitiram a introdução de novas técnicas de pavimentação e a utilização de misturas asfálticas mais eficientes e duráveis.

“O centro é uma história de sucesso que começou com o levantamento dos materiais disponíveis no solo das regiões onde a Dutra passa. A partir disso, desenvolveu as melhores combinações dos materiais para construir ou restaurar os pavimentos, adequando ao volume de tráfego”, conta Valéria Faria, coordenadora do CPR.

Reúso de material

A análise do material em laboratório fornece aos profissionais do centro informações para produzir a cobertura asfáltica mais adequada e mais sustentável. Permite, também, o desenvolvimento de tecnologias inéditas. Um exemplo de estudo de desempenho de misturas asfálticas mostrou que a adição de borracha proveniente de pneus inservíveis apresentava a me-
lhor performance. “Além de ser o mais resistente e menos sujeito a trincas entre os asfaltos modificados, o asfalto-borracha custa menos para ser produzido”, observa Valéria.

Quanto maior a durabilidade do pavimento, menos frequentes são as intervenções para manutenção, o que proporciona conforto e segurança aos usuários. Uma das mais recentes pesquisas lideradas pelo CPR é a reutilização do chamado material fresado, a cobertura deteriorada extraída nos serviços de manutenção das estradas. Antes descartada, essa camada – que pode passar de 20 centímetro de espessura – está sendo recuperada para se transformar em novo produto asfáltico, reduzindo o impacto ambiental.

Os estudos para seu aproveitamento estão sendo feitos tanto para a superfície quanto para as camadas mais profundas do pavimento. Nos trechos experimentais onde a solução tem sido aplicada, especialmente acostamentos, a redução de custos chegou a 25% em comparação
ao uso de material virgem.

Olhares além do asfalto

O conhecimento adquirido pelo CPR também promove benefícios para o meio acadêmico, com frequentes atividades junto a universidades, e atinge toda a malha rodoviária brasileira, pois as pesquisas lideradas pelo centro são tornadas públicas pela Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). Embora coloque foco nos estudos do pavimento das
estradas, o CPR também acolhe pesquisas que contribuem com a infraestrutura viária como um todo. Um dos exemplos vem de uma parceria com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) na concepção de passarelas sustentáveis, cobertas com placas solares para geração de energia e equipadas com dispositivos para captar e armazenar a água da chuva.