De acordo com dados recentes divulgados pelo Infosiga, plataforma que reúne estatísticas de sinistros de trânsito no Estado de São Paulo, 1.068 pedestres perderam a vida entre janeiro e setembro deste ano. O número representa aumento de 17,9% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram contabilizadas 906 mortes.
O aumento das mortes de ciclistas, assim como tem acontecido com outros modais como automóveis, motocicletas e até mesmo óbitos de pedestres aponta uma escalada da violência viária. Falta consciência dos responsáveis, falta fiscalização e punições mais efetivas.
Para os que pedalam, especialmente nas cidades grandes, não pode faltar atenção e diversos cuidados. Para ajudar nessa tarefa, separamos dez orientações importantes, vindas de especialistas em segurança viária e de órgãos de trânsito. Confira a seguir.
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O sistema de trânsito tem uma hierarquia onde, basicamente, os elos menos frágeis cuidam dos mais frágeis. Dessa forma, se os motoristas de automóveis e demais veículos como ônibus, por exemplo, têm que cuidar dos ciclistas, estes, por sua vez, precisam respeitar pedestres, cadeirantes, catadores, entre outros.
Onde não houver ciclovia ou ciclofaixa e a única opção é dividir espaço nas via com os demais veículos, a principal recomendação é pedalar no mesmo sentido deles, exceto quando uma autoridade de trânsito autorizar o contrário.
Essa é uma medida fundamental de segurança e é estabelecida no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que também determina que a bicicleta, que é um veículo, tem preferência sobre os demais veículos automotores, como determina o artigo 214 do CTB.
Quando for mudar de faixa, entrar em outra via, fazendo uma conversão, ou mesmo parar, é necessário sinalizar com as mãos, de preferência com movimentos amplos e bem visíveis. Quanto mais você explicitar e antecipar suas atitudes, mais segura será a condução.
Dessa forma, é muito importante sinalizar, com os braços correspondentes, suas conversões à direita e à esquerda, e também deixar claro quando for parar, para evirar colisões com quem vem atrás.
Na bike, usamos basicamente dois sentidos: a visão e a audição. Juntos, eles são poderosas ferramentas que antecipam riscos e nos alertam para as situações do entorno.
Dessa forma, não vale a pena se desconectar do que está acontecendo ao redor para ouvir música: ela tira nosso foco e, principalmente, nos desconecta de um ambiente que necessita de nossa inteira atenção.
Segundo o CTB, a bicicleta é um veículo de propulsão humana e o ciclista, por este motivo, ao pedalar deve respeitar todas as regras de trânsito. Como exemplo, é preciso parar em semáforos, respeitar a sinalização, a circulação da mão correta e, fundamental, não ingerir bebida alcóolica quando pedalar.
A calçada é própria para os pedestres. Dessa forma, pedalar pela calçada ou mesmo praticar o que é chamado de pilotagem agressiva, que assusta e coloca os demais em risco, são motivos para multa e apreensão da bicicleta, como estabelecido no Artigo 255 do CTB.
É importante que o ciclista saiba que existem alguns equipamentos que são obrigatórios, como buzina, espelho, sinalização na frente, atrás, dos lados e nos pedais, estas últimas são chamada de refletivos, medidas determinadas pelo artigo 105 do CTB.
Assim, é importante que o ciclista utilize esses equipamentos, principalmente quem usa a bike como meio de transporte e costuma pedalar a noite.
Ciclistas podem ultrapassar os demais veículos, mas isso precisa ser feito com cuidado. É recomendável evitar ultrapassar carros, ônibus ou caminhões quando eles estiverem em movimento, pois existem pontos cegos que impedem que os motoristas enxerguem a movimentação dos ciclistas, principalmente na lateral e na traseira dos veículos.
A bicicleta como meio de transporte é uma alternativa à selvageria do tráfego com veículos automotores. Assim, o pior cenário seria transformar as ciclovias e ciclofaixas em uma extensão desse ambiente que conhecemos bem e que sabemos que é nocivo.
Dessa forma, seja exemplo e incentive bons comportamentos ao pedalar nas ciclovias: não buzine à toa, não grite, não tire finas dos demais, nem faça ultrapassagens perigosas.
Ao passar do lado dos carros estacionados, o ciclista deve observar a movimentação interna e se há risco do motorista abrir a porta. Em um cenário ideal, esse cuidado deve ser do próprio motorista, mas infelizmente isso muitas vezes não acontece essa é uma situação que pode ser muito perigosa para o cliclista, portanto, redobre a atenção.
Fontes: Código de Trânsito Brasileiro (CTB); Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e Royal Cycle Escola de Ciclismo