Verão é sinônimo de sol e dias limpos. Época ideal para andar de moto, seja na cidade ou na estrada. Mas as temperaturas altas e a umidade do nosso país tropical sempre trazem chuvas no fim da tarde. Ou em outro período, como durante a madrugada. O céu costuma ser tomado por nuvens negras, raios e trovões. Prenúncio das típicas e temidas tempestades da estação que causam grandes transtornos também para os motociclistas. Alagamentos, quedas de árvores e novos buracos nas ruas e estradas são efeitos colaterais desse fenômeno climático. Para evitar problemas, elaboramos algumas dicas que podem ajudá-lo a conviver com essas chuvas torrenciais que atrapalham, e muito, a vida de todos.
Para proteger suas motos do sol forte do verão, muitos motociclistas estacionam sob uma árvore em busca de sombra para o veículo. Evite fazer isso se houver previsão de tempestades. Durante o verão, milhares de árvores caem em função dos fortes ventos e do peso excessivo da água acumulada nos galhos e troncos. Infelizmente, não há como prever se uma árvore ou um galho cairá. A única forma de se prevenir é evitar estacionar perto de árvores – principalmente as maiores e mais antigas.
Nas tempestades, não é raro ver motos sendo levadas ladeira abaixo por fortes enxurradas. A força da água é capaz de derrubar a moto e arrastá-la causando grandes estragos. Estacionar a moto com o descanso lateral apoiado na parte mais baixa da rua ajuda a suportar a força da água, porém é apenas um paliativo. Se a moto está numa ladeira, e existe o risco de temporal, procure outro local mais seguro.
Os alagamentos e inundações também são problemas dessa época do ano. Regiões baixas, próximas às margens de rios, estão sujeitas a esses transtornos. Também podem ocorrer em áreas que recebem muita água e o sistema de drenagem não consegue escoar a água. E as inundações acontecem em poucos minutos. Fique atento à sinalização das áreas de risco, como existe na cidade de São Paulo, e evite deixar sua moto estacionada, ou mesmo transitar por locais, que tenham histórico de enchentes.
Muitas vezes, com pressa, o motociclista decide encarar uma área alagada. Mas isso não é aconselhável. O melhor mesmo é se proteger da chuva e esperar a água baixar. Entretanto, se for inevitável, é bom medir os riscos e o nível da água. O mecânico de motocicletas Olavo Dias Júnior, de Osasco (SP), alerta que o nível “não pode passar do eixo da roda”. Acima disso, existe o risco de a moto afogar e morrer. Com isso “a água pode entrar no bocal do filtro de ar ou escapamentos e aí os danos são grandes”, alerta o mecânico.
Caso você conheça o local e veja que o alagamento não é assim tão profundo, mantenha a moto em aceleração constante, usando uma marcha mais reduzida, para evitar que a água entre pelo escapamento. Porém não acelere demais e não vá muito rápido, pois há risco de derrapagem e queda.
Quando o nível da água está alto o piloto pode cair em um buraco ou em um bueiro destampado. Outro risco é bater com a moto em obstáculos, ou até na calçada, encobertos pela água. Muitos pilotos seguem veículos maiores, como ônibus ou caminhões, para cruzar um ponto de alagamento. Mas existe o risco de ser derrubado pela onda formada pelo veículo. Portanto, evite.
Se o motor parar de funcionar ou a moto cair, não tente ligá-la. Empurre-a até um local seguro e leve a uma oficina assim que possível para verificar se entrou água no sistema de alimentação. Se isso ocorreu, será necessário fazer uma limpeza no filtro de ar e na câmara de combustão que podem estar impregnados de areia e outros detritos. Acionar o motor nestas condições pode causar danos à parte interna. Rolamentos de rodas e suspensão, assim como a mesa do guidão, também devem ser limpos e lubrificados.