O prefeito eleito de Belém do Pará, Edmilson Rodrigues (PSOL), quer transformar a cidade na capital nacional do ciclismo. Durante a gestão de Zenaldo Coutinho (PSDB), algumas medidas foram tomadas para incentivar o uso do modal, entre elas a ampliação de quase 50% da malha cicloviária da cidade e a implantação do projeto Bike Belém, que encerrou as atividades em junho após quatro anos de funcionamento.
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A capital paraense conta hoje com 109,8 quilômetros de ciclovias e foi a primeira cidade do Norte do País a ter um sistema de compartilhamento de bicicletas. O projeto, que instalou 11 estações pelo centro e contava com mais de 40 mil usuários, foi um presente recebido pelo município em seu aniversário de 400 anos.
Segundo informações da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob), a iniciativa foi descontinuada pela empresa privada que operava as atividades do projeto em parceria com a administração municipal.
Durante a campanha, o prefeito recém-eleito, que é arquiteto, prometeu dedicar grandes recursos para transformar a cidade na capital nacional das bicicletas. Segundo o site Mobilize, especializado em mobilidade urbana, o baixo relevo de Belém favorece projetos de menores custos para a criação de ciclovias, o que também pode gerar gradativa diminuição da quantidade de veículos em circulação.
“Vamos fazer de Belém a capital nacional das bicicletas no meio da Amazônia. Temos que aproveitar a potencialidade de demanda e o relevo urbano predominantemente plano, tudo muito propício, para implantar um sistema cicloviário eficiente e integrado aos outros modais de transporte”, disse Rodrigues nas redes sociais.
De acordo com uma reportagem publicada pelo Diário do Transporte, Rodrigues defende uma política de mobilidade que conecte a capital interna e externamente com a Região Metropolitana; para isso, quer agregar o Plano de Mobilidade de Belém (PlanMob). Segundo seu programa de governo, “para a política de transporte coletivo por ônibus, serão imprescindíveis qualidade e integração, considerando a rede cicloviária integrada em toda a cidade e o transporte fluvial, com trânsito e circulação com dignidade, além de segurança e acessibilidade; gestão democrática e participativa de mobilidade urbana”.
Para Rodrigues, o transporte fluvial é uma das prioridades na integração dos modais. Ele afirma, ainda, que a política de transporte e mobilidade deverá ser realizada em parceria, inclusive, com segmentos da iniciativa privada que desejem participar do movimento.
Segundo análise do Mobilize, a participação popular e descentralizada é um viés destacado em todo o programa, que define diretrizes generalizadas sobre melhorias da mobilidade urbana e da mobilidade sustentável: “A política de transporte e mobilidade aponta para uma concepção de futuro da cidade com o transporte e a mobilidade que desejamos, em condições seguras, rápidas e que não pesem tanto no orçamento de quem depende do transporte público”.
Fontes: Mobilize, Diário do Transporte e Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob)