Carro elétrico. 5 passos para a instalação correta de carregadores em condomínios

Serviço deve ser feito por empresa especializada. Foto: Adobe Stock

Há 3h - Tempo de leitura: 5 minutos, 13 segundos

Muitos projetos de edifícios mais modernos já preveem pontos de recarga para carros elétricos nas vagas dos futuros moradores. Na cidade de São Paulo, por exemplo, a lei municipal 17.336 obriga, desde março de 2020, que os novos prédios tenham os equipamentos destinados aos veículos eletrificados.

Os condomínios mais antigos também já estão se mobilizando para instalar a estrutura de recarga, a fim de atender aos proprietários de veículos movidos a bateria. Ainda existe uma série de dúvidas sobre a viabilidade de adaptar os edifícios a essa nova realidade da eletromobilidade.

Pensando nisso, a NeoCharge, empresa de soluções para recarga de automóveis com essa propulsão, lançou, em novembro, uma cartilha de 11 páginas para explicar minuciosamente como é a instalação dos aparelhos em condomínios residenciais e comerciais.

O material traz informações como tipos de instalações, quadros de proteção e avaliação das cargas existentes. “Dessa forma, o usuário pode avaliar a situação do local onde mora e saber qual é a melhor solução para implantar os carregadores, de acordo com a realidade do edifício”, afirma Ayrton Barros, diretor geral da NeoCharge.

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Veja os cinco passos mais importantes antes de providenciar a instalação da infraestrutura nos condomínios. “São as principais dúvidas de síndicos, administradores e moradores, que devem buscar sempre a orientação de profissionais e empresas qualificadas, para garantir a segurança e o melhor funcionamento dos pontos de recarga”, diz.

1. Antes de tudo, nada substitui a visita de um técnico até o imóvel para ele avaliar a situação do edifício, as adaptações necessárias e o carregador mais adequado. “Não existe cenário totalmente impossível, mesmo que o apartamento seja antigo e com capacidade limitada no fornecimento de energia. Mas alguns casos exigem uma análise detalhada da rede, se é monofásica, bifásica ou trifásica”, destaca Barros.

Uma vez contratada, é de extrema importância que a instalação seja efetuada por uma empresa especializada, com certificação da Norma Regulatória NR10 – que estabelece medidas para dar segurança aos trabalhadores em serviços elétricos – e que deve emitir a anotação de responsabilidade técnica (ART). A ATR traz amparo jurídico e serve como histórico para futuras consultas e alterações.

2 – Outro aspecto a ser considerado é a medição da distância entre o quadro geral do condomínio, de onde vem o circuito, até o ponto de instalação do equipamento. Isso definirá os componentes corretos para a instalação e se o prédio precisará de alguma intervenção civil.

A cartilha apresenta os tipos de carregadores indicados para cada edifício e faz um resumo técnico dos materiais, como cabos, caixa de proteção, eletrodutos e condutores. O documento também informa o tempo de duração da recarga da bateria do automóvel.

3 – O conteúdo da NeoCharge revela que a recarga varia conforme a capacidade da bateria do veículo (informada em kWh) e o carregador adotado. A bateria do BYD Dolphin Plus, por exemplo, possui 60,5 kWh. Ou seja, se ele estiver totalmente descarregado, com um carregador de 7 kW (presente em 90% das instalações) a realimentação levará aproximadamente oito horas e meia (é só dividir 60,5 kWh por 7 kW). Geralmente, o dono não deixa a bateria chegar a 0%, o que reduz a espera. 

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4 – A energia gasta para a recarga de carros elétricos gera dúvidas entre os moradores. Se a vaga com o aparelho for coletiva, uma plataforma de gestão contratada pelo condomínio emitirá um relatório sobre o consumo de cada usuário para individualizar o pagamento. A conta inclui uma taxa de uso do sistema.

Nas vagas de uso exclusivo, um medidor digital, que geralmente fica ao lado do carregador, faz a leitura mensal de consumo. Vale ressaltar que todos os aparatos devem estar em conformidade com a Norma Brasileira 17019, que fala sobre instalação para alimentação de veículos elétricos em locais especiais.

5 – O orçamento do projeto é definido depois da visita técnica no condomínio, mas o valor da instalação de cada ponto de recarga oscila entre R$ 1.500 e R$ 2.000. “Quanto mais perto a vaga estiver do quadro geral menor será o custo”, salienta Barros. “O pior cenário é quando a instalação começa a partir do relógio de um apartamento localizado em um andar muito superior. O custo acaba ficando inviável.”

Bombeiros garantem auto de vistoria aos edifícios

O Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo não deixará de emitir o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) para edificações com pontos de recarga de veículos elétricos corretamente instalados.

O anúncio feito pela corporação apontou que as adequações para prédios e possíveis áreas de risco fazem parte dos estudos sobre segurança nas operações de recarga em garagens, que constam na consulta pública lançada pelos bombeiros, em abril passado.

“Entidades e bombeiros buscam iniciativas que tragam segurança e tranquilidade ao mercado, especialmente às empresas que fazem a instalação dos eletropostos”, diz Ricardo Bastos, presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).

Depois do grande volume de informações obtido, a ideia da ABVE é formular uma proposta para ser apresentada novamente em consulta pública, visando fomentar o debate na sociedade e gerar sugestões e informações técnicas dos representantes do setor.

Segundo o Corpo de Bombeiros, o maior risco de incêndios está em tomadas e instalações fora das normas técnicas. “Somos responsáveis por desenvolver protocolos contra acidentes, com visitas técnicas a montadoras e análises com os melhores laboratórios”, afirma o Major Ronaldo Ribeiro. “Vamos oferecer uma legislação sólida para São Paulo, que poderá ser referência para o Brasil.”