SÃO PAULO – Aos 33 anos, Aline Cavalcante incluiu de vez o uso da bicicleta em sua rotina há 10 anos. A vantagem de morar relativamente perto do trabalho a levou a mudar sua forma de se locomover e transformar em hábito as pedaladas diárias em São Paulo.
“Eu queria juntar dinheiro, economizar. Eu não tinha noção de quanto o carro tem impacto negativo na nossa vida. Não só na economia, mas na cidade. A poluição do ar, violência no trânsito.”
Além da bike, a gestora de projetos usa o transporte público com frequência, mas como segunda opção.
Os trajetos do dia a dia nem sempre são uma boa opção para a ciclista que escolhe outros atalhos, por falta de segurança.
“Já deixei várias vezes de fazer alguns caminhos por medo de ser assaltada, por medo de violência contra o meu corpo, e a bicicleta – ela é bem mais vulnerável no trânsito. E o fato de ser mulher, numa cidade que não respeita os veículos mais frágeis como pedestre e ciclista, acaba acumulando essas fragilidades.”
Hoje, Aline é mãe, o que para ela torna esse desafio diário um pouco mais desafiador.
“Acho que tem muita coisa que tem que ser feita. Para que de fato o ato de andar de bicicleta, andar a pé, seja cada vez mais acolhido na cidade, seja cada vez mais bem-vindo, precisamos continuar pressionando para que os governos continuem avançando com essa agenda, continuem construindo ciclovia.”