O Bonde Digital Urbano é desenvolvido na China pela empresa CRRC. Foto: Reprodução/CRRC YouTube
O Governo do Paraná prepara a chegada do Bonde Digital Urbano (BUD), novo modelo de transporte coletivo 100% elétrico, sem trilhos. O BUD passará por uma fase de testes Região Metropolitana de Curitiba nos próximos meses. A novidade foi anunciada em 30 de julho, quando o governador Ratinho Junior publicou um vídeo do veículo nas redes sociais.
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Desenvolvido pela multinacional CRRC Nanjing Puzhen, o BUD adota a tecnologia Digital Rail Transit (DRT). Dessa forma, o deslocamento do veículo por meio de indução magnética se torna possível. Ao contrário dos sistemas sobre trilhos, sensores instalados no pavimento guiam o BUD. Portanto, funciona como um metrô de superfície, mas com infraestrutura e custos significativamente reduzidos.
A tecnologia não exige trilhos visíveis: o sistema funciona com pequenos sensores magnéticos instalados sob o asfalto a cada um metro. Esses dispositivos, do tamanho de uma xícara, ficam enterrados sob o pavimento, orientando o trajeto do veículo com precisão, inclusive em curvas. Isso permite o funcionamento tanto com condutor, um motorista, quanto em modo autônomo. Ambos modelos passam pelos testes na capital paranaense.
Conforme a fabricante, a composição pode variar entre dois a cinco módulos, com capacidade de até 400 passageiros e velocidade máxima de 70 km/h. Aliás, o modelo que chegará ao Brasil será de três vagões. A vida útil estimada do veículo é de até 30 anos.
O contrato disponível no Portal da Transparência do governo estadual prevê 15 meses de testes. Nessa fase, o bonde digital vai circular entre os terminais de Pinhais e São Roque, em Piraquara, municípios da Região Metropolitana de Curitiba. O trecho experimental será parcialmente implementado pela empresa chinesa, que também fornecerá o veículo.
A circulação de apenas um veículo está prevista nesta primeira fase, e o trajeto contará com trechos guiados e autônomos. O objetivo é avaliar o desempenho da tecnologia em condições reais de operação urbana.
Ainda não há confirmação oficial de como funcionará a bilhetagem durante os testes, mas a expectativa é de que o novo modal tenha integração ao sistema de transporte metropolitano. Ou seja, com uso do mesmo cartão utilizado em ônibus. Os testes vão permitir definir como será o embarque e o modelo de validação. Por exemplo, se será no interior do veículo ou nos terminais, como no VLT.
A implementação do Bonde Digital Urbano está sob coordenação da Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (Amep), que ainda trata o projeto de forma reservada. O governo deve divulgar novos detalhes sobre o funcionamento e as próximas fases nos próximos dias.
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