A Cummins quer assumir papel de protagonista na jornada de descarbonização de veículos pesados, e tudo indica que esse objetivo será alcançado em breve. Isso porque a empresa global de tecnologias de energia tem iniciativas bastante avançadas para o Brasil e para diversos outros mercados do mundo.
Assim, além de ter sido uma das pioneiras no desenvolvimento de motores a diesel menos poluentes e que atendem à legislação ambiental Proconve P8 aqui no Brasil, equivalente ao Euro VI na Europa, a Cummins está de olho em diversas outras soluções tecnológicas para reduzir emissões. Porém, são inovações que trazem alternativas ao diesel e, portanto, são renováveis e limpas.
Para colocá-las em prática, a empresa centenária de origem norte-americana desenvolveu planos de ações em todas as suas unidades de negócio: desde motores, passando por sistemas de energia, componentes, distribuição e new power.
Seja como for, o engajamento da Cummins rumo à descarbonização está dentro da estratégia de sustentabilidade da empresa chamada mundialmente de Planeta 2050.
Embora seja um movimento amplo, que envolve também a parte fabril e centros técnicos, o plano tem como um dos seus pilares o Destino ao Zero, ou seja, a adoção de tecnologias mais limpas em seus produtos e que serão de grande importância para o processo de descarbonização de veículos comerciais no Brasil e em todos os países onde a marca está presente.
Na prática, o que a Cummins busca é reduzir emissões dos motores a diesel e, ao mesmo tempo, investir em novas soluções de emissão zero de poluentes. Assim, tem desembolsado anualmente mais de US$ 1 bilhão em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias.
Na visão de Antonio Almeida, diretor de Vendas On-Highway, é de extrema importância ter uma ampla gama de opções de baixo teor de carbono. “Isso devido aos diversos ciclos de trabalho e de ambientes operacionais nos muitos mercados que atendemos.”
Para o executivo, não existe uma solução única ou que funcione para todos os tipos de aplicação ou para todos os usuários finais.
Mas o que já há de concreto em oferta de produtos e soluções mais limpos? Para começar, a Cummins não apenas avançou em motores a diesel menos poluentes, mas também nas soluções de eletrificação.
Recentemente, ampliou suas forças ao adquirir a Meritor, fornecedora líder global de sistemas de transmissão, mobilidade e frenagem, aftermarket e soluções de powertrain elétrico para veículos comerciais e mercados industriais.
Com a aquisição, a Cummins mirou a aceleração na eletrificação e se fortaleceu como a melhor opção de powertrain no mercado automotivo.
Além disso, a compra da Meritor a posicionará como fornecedora líder de soluções integradas de trem de força – motor, transmissão e eixo – em aplicações de combustão interna e eletrificação.
A estratégia demonstra eficácia já que o trem de força será essencial para a integração dos sistemas de força híbridos e elétricos.
Assim, ao se unir com a Meritor, a Cummins pretende fornecer soluções descarbonizadas e líderes de mercado para clientes globais, acelerando o investimento em eletrificação e integrando o desenvolvimento em seu negócio New Power.
Vale relembrar que no fim do ano passado a Cummins criou essa unidade no País, para acelerar seus projetos de propulsores elétricos, além dos que funcionam a células de combustível, sobretudo o hidrogênio.
Algumas delas são os eixos elétricos 17xe e 14xe. Eles integram o portfólio de soluções da Cummins Meritor. O primeiro começará a ser produzido em 2025, na fábrica de Lindesberg, na Suécia.
Ele foi projetado para todas as configurações dos caminhões pesados e traz capacidade para suportar 44 toneladas de peso bruto total combinado, de acordo com a aplicação.
Em fases de teste, o novo 17Xe oferece um design inovador que, além de facilitar o processo de integração com o veículo, é capaz de proporcionar alta densidade de energia, de até 430 kW de potência contínua.
Por outro lado, o 14xe está sendo produzido desde o início do ano em Asheville, na Carolina do Norte, nos EUA. E foi desenvolvido para equipar caminhões entre 12t e 24t de Peso Bruto Total (PBT). O design inovador do eixo elétrico 14Xe garante eficiência, desempenho e economia de peso. Ele é derivado do eixo 14X e mantém a interface de suspensão, contemplando versões de hardware para facilitar a integração veicular.
A Cummins não para por aí. Isso porque enxerga diversos caminhos para o futuro da descarbonização, ou seja, mais de uma solução de energia renovável e limpa para reduzir as emissões de poluentes de caminhões e ônibus. Assim, de olho nessa realidade, a empresa criou uma plataforma de motor agnóstica para combustíveis de baixo e zero carbono.
Ou seja, é uma linha de motores a combustão interna a diesel, gás natural e hidrogênio. Isso significa que essa plataforma apresenta uma série de versões de motores derivadas de um propulsor básico e comum. Há uma arquitetura de motor comum com muita semelhança entre as peças.
Essa tecnologia será aplicada para os motores a diesel, gás natural e hidrogênio. “Isso impulsionará a capacidade dos nossos clientes de personalizar suas transições para emissão zero de carbono”, diz Antonio Almeida.
O setor do transporte rodoviário de cargas conferiu de perto o engajamento da Cummins na jornada de descarbonização, no estande da fornecedora global de energia durante a Fenatran 2022, o maior salão de transporte da América Latina.
Na ocasião, a marca apresentou sua plataforma completa de motores eletrônicos Euro VI e os sistemas modulares para redução de emissões de escape Single e U Module desenvolvidos para caminhões de alta potência, acima de 8.9 litros.
Além disso, mostrou o motor a gás, que é parte integrante de uma gama completa de motores Euro VI a gás disponível no Brasil e pronta para operar com GNV e biometano.
Os motores a gás da Cummins proporcionam redução de cerca de 80% na emissão de partículas, 90% de óxidos de nitrogênio (NOx) e 70% de emissão dos gases de efeito estufa comparados aos modelos a Diesel Euro V.Uma novidade nesta edição foi a Cummins e a Meritor dividirem o mesmo estande. O que fez total sentido, já que agora são a mesma empresa.