Empurrar passageiros durante o embarque é a conduta que mais irrita os usuários do Metrô. Para piorar a situação, os viajantes relatam que os empurrões são uma das atitudes mais frequentes. Esses dados foram obtidos pela pesquisa mais recente sobre o comportamento no modal, realizada pelo Metrô. O estudo entrevistou 1300 passageiros em julho deste ano.
Gildo Prado, chefe de departamento de estações de metrô, explica que a pesquisa “é importante para que façamos campanhas direcionadas e também criemos estratégias para o conforto do passageiro e orientação de comportamento”.
No dia da gentileza (13 de novembro), ele aponta os problemas de comportamento mais recorrentes e dá detalhes sobre o estudo ao Mobilidade Estadão. Confira as informações abaixo.
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Empurrar pessoas para embarcar, sentar-se no chão e não respeitar o assento preferencial são as três atitudes mais irritantes e mais frequentes. Esses problemas são ainda mais incômodos para as mulheres. De acordo com a pesquisa, 37% das passageiras acham que o comportamento no metrô está piorando, enquanto apenas 27% dos homens relatam agravamento.
“No metrô, temos um público majoritariamente feminino (59% dos usuários). Além disso, as mulheres estão mais expostas ao mau comportamento de outros usuários”, explica Prado. A pesquisa do Metrô também apontou o assédio sexual como um dos atos mais repudiados, no entanto, esse aparece como um dos menos frequentes.
Os entrevistados também reclamaram de outras atitudes conhecidas pela população. Deixar a mochila nas costas, por exemplo, é considerado bastante frequente e razoavelmente incômodo. Ao mesmo tempo, não deixar a esquerda da escada rolante livre é um ato que é mais raro e menos irritante.
O Metrô realiza esforços para combater esses problemas. Para evitar os empurrões, por exemplo, “temos campanhas específicas, como a emissão de mensagens sonoras. Nas estações, temos mensagens e funcionários orientando os passageiros a aguardarem o desembarque do trem”, relata Prado.
Por fim, atitudes mais raras, como passageiros fumando nos trens, casos de assédio ou vandalismo, recebem intervenção direta de um segurança. “Nossos funcionários fazem rondas constantes nas estações, verificando o comportamento inadequado e abordando o passageiro que o comete”, ele resume.
Dois motivos são citados como mais recorrentes. De acordo com 18% dos passageiros, o desrespeito às regras acontece devido à lotação nos trens do metrô. Outros 18% dos entrevistados na pesquisa apontaram o individualismo como causa dos transtornos.
Prado reconhece que a raiz dos problemas tem relação com a educação dos passageiros e também com o funcionamento do metrô. “No caso da lotação, trabalhamos com estratégias de operação de trens, inserindo veículos vazios em horários de pico, o que evita acidentes e o comportamento de empurrões no embarque”, explica.
Prado aproveita a comemoração do Dia da Gentileza para dar dicas de como manter o comportamento adequado no metrô. “Sempre devemos lembrar que a minha liberdade vai até onde começa a do outro”.
De acordo com ele, pensar nas necessidades de outros passageiros evitaria problemas como empurrões e uso indevido dos assentos preferenciais. Por fim,, estar atento aos arredores, observando se outros passageiros demonstram desaprovação em relação aos seus comportamentos, pode ajudar a detectar atitudes inadequadas.