Ducati Monster: nova geração da naked fica mais leve e moderna

Equipada com motor de dois cilindros e 937 cm³, Monster 2023 oferece 111 cv de potência máxima. Fotos: Divulgação/Ducati

08/08/2023 - Tempo de leitura: 5 minutos, 29 segundos

Lançada em 1993, a Ducati Monster completa 30 anos de sucesso em uma nova forma, mas mantendo sua essência. A nova geração da Ducati Monster desembarcou no Brasil no final do ano passado com preço sugerido de R$ 86.990. A naked abandonou o quadro em treliça e o monobraço traseiro, porém manteve as características que fazem dela um sucesso de vendas há três décadas.

Além de ser uma das precursoras do segmento de motos naked esportivas, a Monster é considerada a moto que salvou a Ducati da falência no início dos anos de 1990. Após 30 anos do surgimento da Monster 900 em 1993, quase 400 mil Monsters foram vendidas em todo o mundo.

A nova Monster também deixou de trazer a cilindrada no nome. Embora confunda os consumidores, a decisão se justifica, pois agora o modelo de 937 cm³ é a única Monster no line-up da marca italiana.

Monster tem 111 cv de potência

Assim como a Monster original, esta nova geração conta com um chassi derivado de uma superbike (naquela época era da 888, hoje é da Panigale). Entretanto, nem mesmo as esportivas da marca italiana usam mais o quadro em treliça.

Naked ganhou novo quadro e ficou 18 kg mais leve

Apesar de os fãs mais puristas torcerem o nariz, o novo quadro é mais leve, rígido e traz o motor como parte integrante da estrutura. Juntamente com a nova balança traseira de alumínio, a Monster “emagreceu” cerca de 18 kg em relação á antiga 821. Quem gosta de esportividade, já sabe: menos peso, mais diversão.

Além disso, a nova Monster usa um propulsor de dois cilindros em “L”, com 937 cm³ que também equipa a Multistrada 950. O famoso Testastretta 11°, um dos melhores produzidos pela Ducati atualmente, produz 111 cv de potência máxima a 9250 rpm, enquanto o torque máximo é de 9,48 kgf.m já a 6500 giros.

Entretanto, a frieza dos números não revela o comportamento apaixonante dessa naked italiana. Na prática, há bom torque em médios regimes e potência suficiente para ultrapassar a velocidade permitida em altos giros. O resumo do que deve ser uma naked esportiva. Quem ainda se lembra do quadro em treliça?

Contudo, algumas “características” ainda estão presentes. Em baixos giros, o motor é barulhento e esquenta bastante, o que incomoda no trânsito paulistano. Porém, na estrada, basta reduzir uma marcha no câmbio de seis velocidade com quickshifter bidirecional para ver o barulho e o calor desaparecerem e o ronco mudar, instigando a acelerar.

Monster tem posição de pilotagem esportiva

Bastante compacta, é difícil de acreditar que a nova Monster tem um motor de 937 cc. Afinal, parece muito menor do que isso. Apesar do assento a 820 mm do solo, é fácil colocar os pés no chão, pois sua “cintura” é muito fina.

Piloto vai levemente inclinado à frente e com os joelhos flexionados. Foto: Divulgação/Ducati

A Ducati diz que a distância entre o assento e as pedaleiras é maior e a posição de pilotagem é mais vertical do que na geração anterior. Entretanto, após quase 200 quilômetros, tive outra sensação. Embora não seja desconfortável, senti-me inclinado para a frente com o nariz praticamente sobre a tela de TFT, colocando mais peso na dianteira. O queajuda a contornar curvas. Algo em que esta moto é muito boa, já adianto.

O tanque de combustível também é minúsculo, mas comporta 14 litros. Suas dimensões, contudo, se encaixam perfeitamente ao design da Monster, e mantém a moto leve o suficiente para uma pilotagem esportiva enquanto seu consumo bate 21 km/litro. A autonomia projetada seria de 241 quilômetros. Não é muito, mas o suficiente para um passeio de fim de semana. Além disso, o compromisso de manter o peso reduzido para se divertir nas curvas vale a parada extra no posto.

Com 188 kg pronta para rodar, a nova Monster tem um chassi compacto e com uma menor distância entre eixos. Com um comportamento ágil e até arisco, a naked italiana fica à vontade nas curvas. Embora as suspensões tenham ajustes apenas na pré-carga da mola, oferecem bastante equilíbrio e mantém a aderência dos bons pneus Pirelli Diablo Rosso III, mesmo em curvas de alta e com o acelerador aberto.

Naked da Ducati tem eletrônica moderna

Mesmo com o bom conjunto ciclístico, a Ducati não economizou na eletrônica, para garantir uma rede de segurança ao motociclista. Apesar do minimalismo do Monster, seus criadores usaram muita tecnologia para torna-la mais segura, além de oferecer um bom nível de personalização para cada passeio ou piloto, tudo controlado por meio do painel com tela TFT colorida de 4,3”.

Nova geração da naked tem cinco modos de pilotagem, dois personalizáveis

A tecnologia ride-by-wire permite três modos de pilotagem personalizáveis que possuem suas próprias predefinições; Sport, Touring e Urban oferecem configurações exclusivas para potência do motor, capacidade de resposta do acelerador, intervenção do controle de tração, ABS, levantamento da roda traseira e controle do wheeling. O modo urbano reduz a potência para 74 cv e deixa a resposta do acelerador mais suave – achei confortável para rodar na cidade.

Já na estrada, optei pelo modo Sport. Testei o ABS e o controle de tração no modo 1, que tem menos intervenção e, apesar de abusar do acelerador, ainda assim não consegui perturbar a estabilidade e a aderência da moto o suficiente para me assustar.

Ducati Monster vale o que custa?

Apesar de ser a menor Ducati à venda no Brasil, não se pode dizer que a nova Monster é uma moto de entrada, como foi a 796. Afinal, trata-se de uma naked de 937 cc que custa R$ 86.990. O modelo testado (que aparece nas fotos) ainda tinha quase R$ 20 mil em acessórios.

Até entendo a natureza premium da marca, mas existem concorrentes tricilíndricas, como a nova Triumph Street Triple RS, que oferece tanta diversão quanto, mas por R$ 68.900. Ou ainda a Honda CB 1000R, que tem motor de quatro cilindros e 142,8 cv de potência, além de muita eletrônica, e custa R$ 78.780.

Entretanto, se você é fã da marca italiana, a nova Monster tem motor forte e uma pilotagem prazerosa para qualquer tipo de passeio – até mesmo no deslocamento urbano, é fácil de pilotar. Demonstrando que, mesmo após 30 anos de estrada, a naked italiana mantém a forma, mesmo que não agrade os mais puristas.