O Bonde Urbano Digital, apelidado de BUD, é um meio de transporte que combina características de um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e de um Bus Rapid Transit (BRT). Mas no lugar de trilhos convencionais, ele utiliza indução magnética para se locomover, ou o que tem sido chamado de ‘tecnologia virtual’. A previsão é de que o serviço passe a operar em novembro deste ano.
Primeiro do tipo a ser lançado no Brasil, ele vai funcionar na Região Metropolitana de Curitiba, no Estado do Paraná. O BUD, diferentemente do VLT, por exemplo, dispensa a estrutura convencional dos bondes, se guiando no basfalto através de indução magnética.
O principal diferencial do veículo é a tecnologia Digital Rail Transit (DRT), ou o “trilho virtual”, fabricado pela empresa chinesa CRRC Nanjing Puzhen.
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O sistema de transporte do BUD é elétrico, movido com pneus que seguem por um caminho digital, composto por marcadores magnéticos ao longo do trajeto e sensores no asfalto. Por esse motivo, dispensa os trilhos, mesmo sendo uma espécie de bonde.
O Bonde Urbano Digital possui 30 metros de comprimento e terá capacidade para até 280 passageiros. Com ar-condicionado e operação bidirecional, a velocidade de deslocamento supera a dos ônibus convencionais do sistema paranaense, chegando a até 70 km/h, em comparação aos 60 km/h do sistema BRT.
Além disso, o BUD possui rastreamento automático, orientação autônoma e proteção eletrônica ativa. O sistema ainda contará com sensores, radares e vídeo, como ferramentas de segurança.
O veículo conta com baterias de íons de lítio de 600 kWh e consegue ser carregado nas estações por pantógrafos aéreos, os mesmos dispositivos instalados no teto de trens e bondes elétricos para coletar energia elétrica da rede aérea.
O veículo leva 12 minutos para atingir a carga completa, com autonomia de até 40 quilômetros de operação contínua. De acordo com o Governo do Paraná, a tecnologia também está preparada para, futuramente, operar com hidrogênio.
De acordo com o Governo do Paraná, o pavimento da linha Pinhais-Piraquara na Grande Curitiba recebeu instalações dos sensores magnéticos de alta precisão, responsáveis por determinar o caminho a ser seguido. O projeto também prevê a adaptação dos terminais de ônibus com sinalizações específicas.
Os investimentos para a instalação do novo meio de transporte está em torno de R$ 6 milhões.
A rota percorrida pelo veículo sairá do Terminal de Pinhais, passando pela Avenida Ayrton Senna da Silva e a Rodovia Dep. João Leopoldo Jacomel até chegar ao Terminal São Roque, em Piraquara, de maneira direta, em uma extensão de cerca de 10 quilômetros.