Google diz que cidades mudarão por causa dos carros


23/01/2020 - Tempo de leitura: 2 minutos, 8 segundos

Especialistas da mobilidade do mundo todo se reuniram na sede do Google em São Paulo. O objetivo foi discutir como as pessoas vão se locomover no futuro. Chamado de Smart Future, o evento contou inclusive com a participação do presidente do Google Brasil, Fábio Coelho.

O executivo fez a abertura dos trabalhos e trouxe visões importantes sobre o tema. segundo ele, “quando os cavalos foram trocados pelos automóveis, as cidades tiveram que acompanhar esse avanço em termos de estrutura. O mesmo vale agora para os carros autônomos e eletrificados”.

Seguindo este pensamento, Coelho disse ainda que o momento do carro já passou. “A tecnologia está quase pronta para a automação e pronta para a eletrificação. O que falta agora é o ambiente e a estrutura se adequarem”.

O presidente do Google também afirmou que o mercado pode estar confundindo o uso dos automóveis com a posse. E que há dados que indicam que o desejo de uso prevalecerá sobre o da posse de um veículo. “As vezes a tecnologia é uma loucura, até que vira realidade”.

Executivo do Google cita Henry Ford

Outra palestra muito esclarecedora foi a do head de indústria automotiva do Google, Guilherme Arruda. Para ele, estamos no segundo ponto de inflexão da mobilidade, que deve acontecer em 2025 (o primeiro foi em 1910). E depois disso, se o uso do automóvel continuar igual, rodar nas grandes cidades se tornará inviável.

Ele, inclusive, citou uma declaração célebre de Henry Ford para mostrar seu ponto de vista: “se eu perguntasse a meus compradores o que eles queriam, teriam dito que era um cavalo mais rápido”.

Drones como meio de transporte

Um dos momentos mais interessantes foi o projeto concreto de uso de drones como meio de transporte apresentado por Renate Fuchs da Porsche Consulting. Como São Paulo é uma das cidades com a maior frota de helicópteros do mundo, a empresa de consultoria da marca alemã pensa que o uso de drones é um caminho natural.

Inclusive, as projeções são animadoras, com estimativa de uso de mais de 100 aeronaves (feita em parceria com a Audi, Italdesign e Airbus) em uso já no início do projeto em seis anos. E com mais de mil com a implementação completa.

Como exemplo, a executiva usou uma viagem real: “ir do aeroporto de Guarulhos para a área central de São Paulo demoraria sete minutos e custaria cerca de R$ 300. Quem pagaria?”. Muitas mãos foram levantadas no auditório.