Greve de ônibus no ABC: categoria aceita proposta de empresas; paralisação está suspensa

Na quarta-feira, 4, trabalhadores representados pelo Sintetra andaram pelas ruas de Santo André em manifestação à proposta das empresas de transporte coletivo do Grande ABC. Foto: Divulgação/Sintetra

Há 3 dias - Tempo de leitura: 2 minutos, 54 segundos

Nesta sexta-feira, 6 de junho, o Sindicato dos Rodoviários e Anexo do Grande ABC (Sintetra) realizou nova assembleia com motoristas, cobradores e outros prestadores de serviço para decidir entre o início da greve de ônibus no ABC ou aceitar a nova proposta dos patronos. A proposta foi aceita, portanto, a paralisação prevista para segunda-feira, 9, está suspensa. 

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Apesar da conquista de algumas demandas, os empresários não acataram aumento maior – do que o proposto no início da semana antes da manifestação no Terminal de Santo André –  do PLR e piso salarial. Entretanto, uma das principais demandas dos trabalhadores foi aceita pelos empresários. A obrigação de parar duas horas para alimentação e descanso está suspensa para motoristas e cobradores. 

Conforme o presidente do Sintetra, Leandro Mendes, duas horas é muito tempo para ficar parado sem receber. Na nova proposta, os motoristas e trabalhadores rodoviários do ABC têm uma hora de descanso e recebem a hora extra trabalhada. Isso representa um aumento de cerca de R$ 750 por mês no salário, apontou Leandro durante a assembleia realizada nesta sexta-feira. 

Qual foi o acordo que impediu a greve de ônibus no ABC?

Além do tempo sem trabalhar diariamente, a categoria demandou aumento salarial em 8%. Na proposta enviada para o Sintetra pelas empresas na quarta-feira, 4, esse aumento seria de 6%. O valor foi mantido no novo acordo proposto nesta sexta-feira. 

Em uma nota publicada no site do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo do ABC (Setcab), os patronos afirmaram que os 6% já seriam mais do que inicialmente previsto, 5,32% pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). “Em um gesto de boa vontade, diálogo e disposição, elevamos a proposta para 6% de reajuste nos pisos salariais”, diz o comunicado publicado após a manifestação em Santo André. 

A categoria também pediu aumento do vale-alimentação, com a justificativa de que os preços para comer no ABC é alto. O Sintetra solicitou R$ 1.100. No acordo final, os empresários aceitaram conceder aumento de 10%, maior que a proposta de quarta-feira, de 7%.

Por fim, os trabalhadores pediram aumento na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) equivalente ao salário convencional, de R$ 4236. Atualmente, esse valor é de R$ 3.009. Já a proposta dos patronos não mudou, 7%, o que corresponde a R$ 3.219,63.

Manifestação em Santo André

Na quarta-feira, 4, o Sintetra promoveu duas assembleia para discutir a proposta inicial das empresas. Na data, o sindicato publicou uma nota que referia a proposta patronal como “esmola”. 

“O reajuste apresentado pelos patrões está muito longe do que realmente merecemos e precisamos, especialmente diante da alta no custo de vida, do aumento constante nos preços dos alimentos e do combustível, e da responsabilidade cada vez maior que carregamos diariamente em nossas funções”, diz o texto. 

Por isso, os presentes na assembleia marcharam até o Terminal de Santo André, bloqueando algumas ruas. Na ocasião, o presidente do Sintetra solicitou intermediação dos prefeitos da Grande ABC. 

De acordo com Leandro, a reunião com os empresários teve a presença do prefeito Marcelo de Lima (Podemos), de São Bernardo do Campo. O encontro teria ocorrido nesta quinta-feira, 5. 

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