Greve dos ônibus em Florianópolis: ‘sem novas paralisações’ até próxima assembleia, diz prefeito

A assembleia que vai avaliar a nova proposta foi adiantada para esta quinta, 19, feriado de Corpus Christi. Foto: Divulgação/Consórcio Fênix

Há 3h - Tempo de leitura: 3 minutos, 13 segundos

O transporte público de Florianópolis voltou a operar normalmente nesta quarta-feira, 18 de junho, após passar por três paralisações em decorrência da greve aprovada pelos trabalhadores das empresas de ônibus. Uma nova proposta de acordo salarial foi apresentada em reunião entre sindicatos das empresas e dos trabalhadores e será discutida pelos funcionários na noite de feriado desta quinta-feira, 19.

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Até lá, não haverá novas paralisações, disse o prefeito Topázio Neto em vídeo divulgado nas suas redes sociais. A fala ocorreu em seguida a reunião ocorrida no Ministério Público do Trabalho (MPT) com participação da prefeitura.

O sindicato que representa os trabalhadores dos ônibus, o Sintraturb, não quis divulgar qual foi a proposta apresentada. A assembleia que vai avaliar os termos propostos estava marcada para semana que vem, na terça-feira, 24. Mas a entidade o adiantou para este feriado de Corpus Christi, às 19h.

Quando começou a greve

A primeira paralisação ocorreu na quinta-feira, 12, nas garagens das empresas Canasvieiras e Transol, das 4h até as 10h da manhã. Entre 30 e 40 mil usuários foram impactados, segundo estimativa do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros da Grande Florianópolis (Setuf)

A segunda, nesta segunda-feira, 16, a garagem da Insular, que atende sobretudo o sul da ilha, ficou paralisada até as 9h. No total, 10 mil pessoas foram afetadas pela paralisação, conforme o Setuf.

Nesta terça-feira, 17, a cidade amanheceu novamente com ônibus paralisados, com circulação impedida nos terminais em Canasvieiras, no norte, e no Centro, até por volta das 10h30. Conforme o Setuf, 32 mil pessoas foram afetadas direta ou indiretamente.

Reivindicações

Os trabalhadores reivindicam um reajuste de 6% no salário, pouco acima do valor correspondente à inflação do período, que foi de 5,32%. Além disso, pedem aumento de 10% no vale-alimentação e um adicional de 10% para motoristas que também exercem a função de cobrador, entre outras reivindicações. As negociações com as empresas de ônibus iniciaram em 30 de maio.

Em 11 de junho, o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros da Grande Florianópolis (Setuf) fez uma proposta oferecendo um reajuste de 6% e, além disso, um aumento de 8% no vale-alimentação. No mesmo dia, à noite, uma assembleia do Sintraturb rejeitou a proposta por unanimidade e entrou, assim, em estado de greve. As paralisações, porém, estão sendo feitas de forma esporádica, nos primeiros horários do dia e em garagens específicas.

Em nota, o Consórcio Fênix afirmou, nesse sentido, que “está trabalhando para minimizar os impactos aos passageiros”.

O que diz a prefeitura

A prefeitura de Florianópolis informou que acompanha as negociações “colaborando em tudo o que era possível para evitar possíveis danos à população”. Em vídeo publicado nas redes sociais, o prefeito Topázio Neto (PSD) afirmou que está em contato com os dois sindicatos para, dessa forma, auxiliar nas negociações.

Nota da prefeitura na íntegra.

Os trabalhadores do transporte coletivo definiram, em assembleia realizada na noite desta quarta-feira, paralisações esporádicas sem greve geral no transporte coletivo.

A Prefeitura de Florianópolis, considerando a importância do funcionamento do transporte coletivo à cidade, prepara ações para reduzir os impactos das paralisações.

Para isso, o Município irá, em um primeiro momento, autorizar o uso de transportes alternativos, como vans privadas, para aqueles que quiserem utilizar esse meio enquanto o serviço estiver sendo afetado. A Guarda Municipal também atuará para garantir o direito de ir e vir da população.

A administração acompanhou as negociações entre sindicato e Consórcio Fênix, colaborando em tudo o que era possível para evitar possíveis danos à população“.