Jardins de chuva: uma revolução verde que melhora a mobilidade nas grandes cidades

Jardim de chuva chamado land-art, com 12 mil m², localizado na Praça dos Artesãos Calabreses, na Bela Vista (SP). Foto: Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB)
Daniela Saragiotto
Há 3h - Tempo de leitura: 2 minutos, 26 segundos

Nos últimos anos, São Paulo e outras metrópoles do País têm enfrentado desafios crescentes em relação à mobilidade urbana e o gerenciamento de águas pluviais. Com chuvas intensas, especialmente no verão, que frequentemente resultam em alagamentos das vias, as cidades têm buscado soluções inovadoras para mitigar esses problemas, como os jardins de chuva.

Assim, eles têm se mostrado eficazes no controle das águas e ao promover uma mobilidade urbana mais sustentável ao darem uma ocupação mais inteligente do espaço público.

O que são jardins de chuva?

Segundo a Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB), esses jardins são Soluções baseadas na Natureza (SBN) eficazes na prevenção e na contenção de alagamentos e inundações.

Atualmente, são 342 jardins de chuva na capital, entre jardins tradicionais, biovaletas, vagas verdes, calçadas com poço de infiltração e escadarias verdes.

“Eles absorvem 30% mais a água do que o jardim tradicional, mas também possuem outros grandes benefícios: aumentam a cobertura vegetal da cidade, reduzem ilhas de calor, trazem maior qualidade de vida aos munícipes, retêm poluentes, produtos químicos e partículas de sujeira antes da água retornar ao solo, controlam os sedimentos do escoamento da água da chuva e também evitam a reprodução de mosquitos por drenarem a água em até 48 horas”, informa a secretaria.

Exemplo de jardim de chuva para o escoamento da água no bairro da Penha, em São Paulo. Foto: SMSUB

Dessa forma, os jardins de chuva são sistemas de drenagem sustentáveis, que utilizam vegetação nativa para absorver, filtrar e reter a água da chuva.

Por fim, eles ficam nas calçadas, praças e áreas públicas, ajudando a reduzir o escoamento superficial e, consequentemente, o risco de alagamentos.

Ao mesmo tempo, esses espaços verdes revelam novos usos para o meio-fio, usado na maioria das vezes como estacionamento de veículos.

Exemplos de jardins de chuva

Como exemplo, vale menconar o jardim de chuva localizado na Praça dos Artesãos Calabreses, no bairro da Bela Vista, região central da cidade.

Lá foi construído um tipo de jardim de chuva chamado Land-Art, com 12 mil m², feito com materiais naturais e que torna o espaço funcional.

Jardim de chuva no Beco do Batman, na Vila Madalena. Foto: SMSUB

Na Vila Madalena, Zona Oeste, há três unidades incorporados no paisagismo, localizados no Beco do Batman, uma região com pré-disposição para alagamentos.

Lá, como em outras regiões como no Butantã, os projetos transformaram terrenos subutilizados em áreas verdes que também criam zonas de lazer e de convivência.

Dessa forma, esses locais têm atraído a comunidade, melhorando a qualidade de vida da população e incentivando o uso de transporte ativo, como caminhadas e bicicletas.