A futura Linha 19-Celeste do metrô de São Paulo vai transportar passageiros do centro da capital até o município de Guarulhos em cerca de 35 minutos, de acordo com o Governo do Estado.
Com 17,6 km de extensão e 15 estações, o ramal atenderá a uma demanda estimada de 630 mil passageiros por dia. Com início das obras em 2027, a linha tem previsão de conclusão até 2033.
De acordo com Ana Patrizia Lira, diretora executiva da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), o tempo de 35 minutos para o trajeto estimado pelo governo do Estado é viável.
“Quando falamos de transporte de passageiros sobre trilhos, a tecnologia empregada garante maior previsibilidade de percurso, já que o sistema é independente do tráfego da superfície, e velocidades médias mais altas, mesmo em trajetos com múltiplas estações”, diz Ana Patrizia.
A Linha 19-Celeste vai ligar o Vale do Anhangabaú até o Bosque Maia, em Guarulhos, passando por bairros estratégicos.
Assim, estações como São Bento e Anhangabaú farão integração direta com as Linhas 1-Azul e 3-Vermelha, do metrô, enquanto o Pari fará conexão futura com as Linhas 11-Coral e 13-Jade da CPTM. Também está prevista a integração com a Linha 2-Verde na Estação Dutra.
“As integrações previstas significam que passageiros que hoje enfrentam longos deslocamentos, sobretudo que vão de Guarulhos ao centro, terão conexões mais ágeis e opções de viagem muito mais integradas”, explica a diretora executiva da ANPTrilhos.
De acordo com Carlos Paixão, gerente de projetos do metrô, o projeto tem potencial para diminuir em até uma hora por dia o tempo de deslocamento de quem vive em Guarulhos e se desloca todos os dias até o centro da cidade de São Paulo.
“O projeto foi concebido para permitir integrações em área paga, dentro das próprias estações, como já ocorre em outros pontos do Metrô”, explica Paixão.
Segundo a diretora executiva da ANPTrilhos, Guarulhos e a zona nordeste da Região Metropolitana concentram uma das maiores demandas de deslocamentos diários da Grande São Paulo.
De acordo com a pesquisa Origem-Destino do Metrô de São Paulo, feita com base em dado de 2023, trata-se da quarta sub-região com maior número de viagens por transporte coletivo — e também uma das que mais depende do transporte individual motorizado.
“Isso significa que há um enorme déficit de alternativas de qualidade para atender a população local, e o transporte de passageiros sobre trilhos chega como resposta estruturante”, diz.
Segundo ela, os benefícios, contudo, vão além da mobilidade. “Um sistema de transporte de massa sobre trilhos traz ganhos econômicos, ambientais e sociais. Entre eles redução de emissões de gases de efeito estufa, viagens mais sustentáveis, valorização do espaço urbano, além de impacto direto na qualidade de vida das pessoas”, explica.
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