Linha 20-Rosa: governo promete que obras vão começar no ABC; o que se sabe sobre o projeto
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) reafirmou nesta quinta-feira, 26, que as obras da futura Linha 20-Rosa do metrô de São Paulo vão começar pelo ABC. A fala ocorre um dia após a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) convocar o Metrô e governo a comparecem ao parlamento para dar esclarecimentos sobre o andamento do projeto.
“Nós temos duas possibilidades de pátio. Uma das possibilidades estende um pouco mais a Linha 20 para fazer um pátio ao final. A outra é fazer onde estava inicialmente projetado, em uma área que a gente vai ter que desapropriar. O fato é que a gente vai ter o pátio em Santo André e vamos começar pelo ABC”, afirmou Tarcísio. A fala ocorreu durante coletiva de imprensa após a entrega de unidades habitacionais em São Bernardo do Campo.
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Apesar da promessa do governador, ainda não há confirmação de qual extremidade da linha será construída primeiro. A entrega será em dois momentos, dividindo os trechos entre a Lapa e Saúde, na zona oeste, e entre Santo André e Saúde, no ABC. Nos documentos publicados em março de 2023, contudo, o primeiro era considerado prioritário. Além disso, o Decreto de Utilidade Pública para desapropriação dos imóveis, etapa necessária para viabilizar as obras e implantação das estações e pátios, foi publicado apenas para as estações entre a Lapa e Cursino, até o momento,
Segundo o Diário do Grande ABC, a Comissão de Assuntos Metropolitanos e Municipais aprovou, nesta terça-feira, 24, requerimento para que o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Marco Antonio Assalve, e o diretor-presidente do Metrô, Julio Castiglioni, compareçam ao colegiado para dar explicações a respeito dos andamentos do projeto. A proposta foi de autoria da deputada estadual Ana Carolina Serra (Cidadania), de Santo André, presidente da comissão.
A Linha 20-Rosa do Metrô conectará a futura Estação Santa Marina, na zona oeste de São Paulo, à Estação Santo André, no ABC paulista. O projeto básico está na fase de elaboração do projeto. Ele foi contratado em fevereiro deste ano pelo Metrô de SP, após, portanto, a emissão do licenciamento ambiental prévio alguns meses antes.
A concepção do projeto começou em 2013 com o objetivo de estabelecer uma conexão entre a zona oeste da capital paulista e os municípios do ABC. O trajeto passa por áreas com demanda alta, como Lapa, Pinheiros, Itaim Bibi, Moema, São Bernardo e, além disso, Santo André. Em 2023, os estudos de anteprojeto foram concluídos, definindo o traçado e incluindo, assim, o prolongamento da Linha 2-Verde.
Estima-se que a nova linha transportará 1,29 milhão de passageiros por dia útil. O ramal promete reduzir os tempos de deslocamento e diminuir a demanda sobre o sistema viário. Além disso, há efeitos como melhora da qualidade de vida e mitigação da poluição atmosférica.
A Linha 20-Rosa terá uma extensão de 32,607 km de vias e contará com 24 estações, operando integralmente em túnel. O modal escolhido é o metrô subterrâneo convencional, considerado o mais adequado devido à demanda prevista. Além disso, é o que melhor se adapta às características físicas da área, com impactos socioambientais minimizados.
Estão previstas 24 estações — ainda com nomes provisórios — distribuídas entre os municípios de São Paulo, São Bernardo do Campo e, além disso, Santo André. Veja, assim, as estações por município:
O projeto deve custar cerca de R$ 29 bilhões (em valores de 2023), considerando desapropriações, escavações, obras subterrâneas e, além disso, construção das estações, entre outros. Estão previstos dois pátios operacionais: um em Santa Marina e outro, portanto, em Santo André.
O impacto, porém, não será apenas financeiro. O EIA aponta efeitos significativos sobre o meio ambiente e a estrutura urbana. Há necessidade de manejo de áreas contaminadas, preservação de bens tombados e, além disso, reassentamento de famílias em zonas diretamente afetadas.
Ainda não há prazo para o início da operação. Estima-se que elas levem cerca de 10 anos entre início e conclusão, conforme projeções preliminares do EIA-RIMA, mas o cronograma definitivo ainda não foi publicado. O governo divulgou que quer realizar o certame de concessão em 2026.