Existem mais de 100 cidades no mundo que não cobram tarifas de transporte público, incluindo algumas brasileiras. Porém, a maioria delas são pequenas ou médias. Nesse sentido, a região metropolitana de Los Angeles, com mais de 10 milhões de habitantes, pode se tornar a maior do mundo a adotar o passe livre.
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Em meio à pandemia de coronavírus que impulsionou a queda no uso de modais coletivos devido ao medo de aglomerações, a Autoridade Metropolitana de Transporte do Condado de Los Angeles anunciou a criação de uma força-tarefa para estudar a viabilidade da implantação de tarifa zero no transporte coletivo. A ideia é incentivar a retomada do transporte público, cujo número de usuários caiu pela metade na cidade.
Essa equipe vai analisar os detalhes do plano, incluindo alternativas para sustentar o serviço, como patrocínios ou publicidade, e até a criação de uma “taxa de congestionamento” para automóveis particulares.
O CEO da Autoridade de Transporte, Phil Washington, reconheceu o papel da covid-19 na decisão e disse que a tarifa zero é uma “obrigação moral” do órgão. Washington afirma que essa é uma forma de diminuir as pressões econômicas sobre as pessoas que estão sendo mais atingidas pela pandemia, como a população latina e negra de baixa renda, que têm a maior taxa de mortalidade pela covid-19 no condado e representa a maior parte dos passageiros do transporte coletivo.
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O anúncio foi bem recebido pela L.A. Bus Riders Union, grupo de ativistas que defende os interesses desses passageiros. O passe livre era “um item da nossa agenda política há muitos anos”, afirmou Channing Martinez, um dos líderes da organização, ao Bloomberg.
Porém, outros setores da sociedade questionam a implantação do passe livre em Los Angeles. O think tank de mobilidade urbana TransitCenter, por exemplo, vê a ideia com ceticismo, levantando outra pauta importante para a discussão: os cortes estatais que o serviço já têm sofrido. Para o diretor de comunicação da instituição, Ben Fried, esse tipo de decisão impacta muito mais a população do que o fato de zerar ou não a tarifa.
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O orçamento da Autoridade de Transporte para 2021, que deve ser aprovado ainda em setembro, prevê redução de 17% nos serviços em relação aos níveis pré-pandemia, sendo que os cortes mais graves devem ocorrer nas linhas de ônibus. Isso é uma consequência da pandemia, que deve gerar um déficit de 1,8 bilhão de dólares nos cofres da autoridade.
Em resposta aos questionamentos sobre cortes no serviço, o CEO Phil Washington afirma: “Eu não nos vejo cortando o serviço, nos vejo aumentando o serviço para lidar com o crescimento no número de passageiros”. A força-tarefa criada por Washington no início de setembro deve ser concluída até o final deste ano.
Fonte: Bloomberg
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