O radar tem como objetivo fiscalizar se os motoristas não dirigem acima da velocidade. Contudo, muitos dão o famoso jeitinho brasileiro, excedendo o limite e freando antes da câmera.
Com o intuito de coibir esta prática, que pode causar acidentes, algumas cidades brasileiras estão testando radares com a tecnologia doppler. Assim, conseguem identificar se o motorista excedeu o limite de velocidade antes de passar pelo aparelho.
Na prática, o radar identifica a velocidade média dos veículos. Portanto, mesmo que o motorista desacelere, o sistema consegue “perceber” se ele excedeu o limite antes de passar pelo aparelho.
Os equipamentos estão homologados por uma portaria do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Além disso, passam por aferição periódica, conforme resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).
Entretanto, as multas por velocidade média além do limite ainda são alvo de debate no Contran. Portanto, as notificações que os motoristas recebem podem deixar de ser educativas.
Inicialmente, os radares funcionaram em testes. Portanto, sem emitir multas. Os equipamentos estão em rodovias do interior do Estado de São Paulo e em Curitiba, no Paraná.
Contudo, os 13 radares espalhados pelas seis rodovias de São Paulo já começaram a multar em 24 de maio. Os equipamentos estão localizados na Washington Luís (SP-310), Luiz de Queiroz (SP-304), Comandante João Ribeiro de Barros (SP-225), César Augusto Sgavioli (SP-261), Irineu Penteado (SP-191) e na Assis Chateaubriand (SP-425).
A Eixo SP, concessionária responsável pelas estradas, fez a instalação dos equipamentos nestes pontos. Além disso, a empresa informou que outros radares desse tipo passam por homologação no Departamento de Estradas de Rodagem (DER).
Já em Curitiba, a Prefeitura começou a implantação dos radares em 2021. A lista completa e atualizada dos radares em funcionamento na cidade está disponível no site da Superintendência de Trânsito (Setran).
“O equipamento que agora emite as ondas é o sensor Doppler, que cria uma área virtual de fiscalização dentro da qual são ajustados os laços virtuais, sem possibilidade de transitar acima da velocidade permitida sem ser detectado”, explicou a então superintendente de Trânsito, Rosangela Battistella, na época da implantação.
De acordo com a Prefeitura, não há necessidade de perfurar o pavimento. Assim, a nova tecnologia é de fácil manutenção e reparo, com baixa sensibilidade a fatores ambientais e maior vida útil dos equipamentos.
Além do limite de velocidade, parte dos radares fiscaliza também outras infrações. Por exemplo, parada sobre a faixa de pedestre, avanço do sinal vermelho, conversão e retorno proibidos, conversão obrigatória, trânsito em local e horário proibido pela sinalização (caminhões de grande porte na Linha Verde) e em faixa exclusiva destinada aos ônibus do transporte coletivo.
Segundo a Prefeitura, entre os anos de 2012 e 2019, a velocidade excessiva ou inadequada foi fator contributivo em cerca de um quarto dos acidentes em Curitiba. Os dados são do Programa Vida no Trânsito (PVT).
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