Em 2019, a Harley-Davidson anunciou uma parceria com a chinesa Qianjiang Motorcycle Company, empresa fundada em 1985, detentora da italiana Benelli, entre outras marcas. A parceria tinha como objetivo criar um modelo menor e mais acessível da marca americana.
Agora, três anos depois, vazaram as primeiras imagens das duas motos Harley, desenvolvidas em conjunto com a fabricante chinesa. Isso mesmo: serão duas, e não apenas uma, Harley que utilizará a base de modelos da QianJiang, conhecida comercialmente como QJ.
Originalmente, a pequena Harley usaria o motor de dois cilindros e 338 cc já visto na QJ de 300 cc. Nesse meio tempo, a fabricante chinesa criou uma nova versão de 353 cc. Esse novo propulsor equipará a Harley X 350. Nome extraoficial, mas que aparece nas imagens.
Pelo que mostra a única fotografia que acompanha os documentos de homologação no mercado chinês, a moto de produção será bastante semelhante aos esboços que a Harley mostrou em 2019. Seu chassi assemelha-se aos da Benelli 302S roadster, marca italiana de propriedade da Qianjiang. Modelo também vendido no mercado chinês com o nome de QJ SRK 350.
Os documentos vazados anunciam potência de 36 cavalos de potência para um peso total de 195 kg. As rodas de 17 polegadas, bem como suspensões e o sistema de freios são os mesmos da pequena Benelli. Garfo invertido, na dianteira, e discos de freio “margarida” nas duas rodas.
A Harley também fará uma moto de 500cc, que deverá chamar-se X500. Equipada com o chassi e motor da elogiada Benelli Leoncino 500, a Harley-Davidson X500 tem 47 cv e pesa 207 kg.
A Harley de 500xcc tem discos de freio maiores e pinças de montagem radial – herdadas diretamente da Leoncino 500. Segue um estilo, contudo, mais cruiser e tradicional do que a HD 350, cujo design é inspirado nas motos de flat-track.
A Zhejiang Jisheng Motor Vehicle Co., Ltd, joint venture criada pela Harley-Davidson e a Qianjiang, vai fabricar as duas motos. Embora tenha surgido em 2021, apenas, recentemente, recebeu a licença do governo chinês para fabricar motocicletas. O atraso justifica o longo tempo entre o anúncio do projeto e a aparição das motos praticamente prontas para venda.
Com os novos modelos, a marca norte-americana tem a clara intenção de atrair novos consumidores em mercados como a China, onde as Harleys de tamanho normal são inacessíveis para a maioria dos pilotos. Seja pelo porte, ou pelo alto preço.
As pequenas motos da Harley devem chegar primeiro ao mercado asiático. Segundo informações da imprensa europeia, os modelos não serão vendidos na Europa e nos Estados Unidos.
No entanto, como usa componentes compartilhados com os modelos Benelli vendidos globalmente, não há razão para que as motos não possam chegar a outros mercados da América Latina. Quem sabe, até mesmo, o Brasil.
Entretanto, a Harley confirma até agora apenas os modelos de alta cilindrada no Brasil. Em 2023, devem chegar as novas Sportster e Nightster ao País.