O que define a disposição dos assentos das linhas de trem e metrô de SP

Assentos dos trens modelo 8500 da CPTM. Um modelo de disposição misto, combinando assentos laterais e transversais para cumprimento das regras. Foto: Divulgacão/CPTM

Há 3h - Tempo de leitura: 2 minutos, 39 segundos

Você já deve ter reparado como diferentes linhas de trem e metrô na cidade de São Paulo possuem disposições de assentos nos vagões distintos de cada linha. Tudo isso é apenas guiado pelo projeto de cada empresa, que decide como configurar as cadeiras de acordo com seus trens. Mas o projeto final sempre deve sempre obedecer a uma norma para oferecer o mínimo de conforto para seus passageiros.

A norma ABNT NBR 14183, de 2015, é a regra que deve ser seguida por todos os projetos de transportes metroviários na cidade de São Paulo e no Brasil. De acordo com o texto, o número de assentos mínimos necessários para cada vagão deve representar cerca de 15% do total de passageiros que o carro comporta.

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Além disso, a norma ABNT NBR 14021 que fala de assessibilidade, é ainda mais restitiva aos projetos: “algumas normas de piso, padronização de portas e espaços vazios para que cadeiras de pessoas com deficiência possam girar no mínimo 180º, são mais rígidas que as normas de conforto gerais”, afirma o presidente a Associação de Engenheiros e Arquitetos do Metrô (AEAMESP) Luis Kolle.

As diferentes disposições de assentos

Na CPTM, os trens possuem em média 350 assentos, com cerca de 43 cadeiras por carro, dispostos com assentos laterais e transversais, com o espaço livre no centro dos vagões e próximos às portas.

Já na Linha 4 Amarela a ordem de assentos é semelhante, misturando assentos transversais e laterais no vagão. Os trens da ViaQuatro possuem 306 assentos, com disposição de 52 assentos nos vagões padrão e 49 nas extremidades.

Nos trens das linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha do Metrô, as cadeiras estão apenas configuradas transversalmente com dois assentos de frente e de costas para o movimento do trem. Assentos laterais são de uma única cadeira e geralmente são reservados para pessoas com mobilidade reduzida ao lado da portas.

Os assentos nos vagões da Linha 6-Laranja

O próximo projeto metroviário de São Paulo será a Linha 6-Laranja, uma obra cujos trens serão da Alston e terão apenas cadeiras laterais nos vagões, aumentando o espaço livre no centro do trem. Segundo Rafel Zaneti, gerente de engenharia da Alston Brasil, os trens respeitarão a norma de 15% de assentos mínimos da capacidade do carro.

Essa capacidade máxima do carro, segundo a Alston, é calculada com a densidade de 6 a 8 passageiros por metro quadrado, o que, segundo a Norma ABNT NBR 14183, já é um nível de desconforto nas viagens.

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“A principal variável no projeto de disposição dos assentos é o tempo de percurso da linha, determinando o tipo de assento mais apropriado. No Brasil prevalecem os trajetos de curta distância, nos quais a configuração dos assentos pode ser longitudinal (dispostos ao longo das paredes laterais), transversal (similar aos ônibus convencionais) ou mista, combinando ambos os arranjos”, afirmou Zaneti.