Nos últimos anos, o ESG passou a nortear as decisões de diversas empresas no Brasil e no mundo. Mas o que a sigla tem a ver com mobilidade?
Em primeiro lugar, é preciso entender o indicador. Em suma, ESG significa governança ambiental, social e corporativa. Assim, as empresas têm como objetivo tomar decisões com base nestes pilares.
E por que o indicador está diretamente ligado às práticas de mobilidade? Porque o setor de transporte responde por cerca de 20% das emissões globais de CO2, um dos principais gases que causam o efeito estufa. Com isso, o pilar ambiental é um dos maiores desafios do setor no que diz respeito ao indicador.
Os pilares de governança e social também devem nortear a mobilidade, para que as medidas sejam integradas. Portanto, um pilar acaba apoiando o outro, tanto na hora de criar soluções quanto nas contratações, parcerias e corpo diretivo.
Diante desta mudança de cenário nas empresas devido ao ESG, o setor de mobilidade já traz diversas soluções. Sobretudo do ponto de vista ambiental.
Por exemplo, algumas empresas já estão compartilhando carros elétricos. Assim, os motoristas conseguem utilizar os veículos no modelo on demand, ou seja, sob demanda.
Para isso, basta fazer um cadastro em uma plataforma e solicitar o carro. O modelo de negócios é semelhante ao aluguel de bicicletas e já funciona em Fortaleza (CE), por meio da empresa Vamo, de 2016.
Segundo a plataforma, entre as vantagens estão o fato de o usuário não ter que se preocupar com a manutenção do veículo. Além disso, quem dirige também não precisa encher o tanque nem carregar a bateria.
Contudo, não são apenas novas empresas de mobilidade que já investem em práticas de ESG. A Localiza, que está há quase 50 anos no mercado de aluguel de veículos, decidiu realizar a compra de créditos de carbono.
De acordo com a empresa, o objetivo é compensar as emissões que resultam das operações. Assim, os créditos compensam mais de 15 toneladas de CO2.
Outro exemplo de empresa que está alinhada com as práticas de ESG no setor de mobilidade é a Pirelli. A fabricante de pneu está buscando outras fontes de matéria-prima para substituir o petróleo.
O centro de pesquisa e inovação da empresa no Brasil está testando materiais para fabricar pneus. Um exemplo seria a casca de arroz e celulose.
A preocupação da empresa vai além das emissões dos veículos, pois os pneus poluem mil vezes mais do que o motor de um carro. É o que aponta um estudo da Emissions Analytics, um órgão que realiza testes de emissões de forma independente.
Outro problema com relação aos pneus é o descarte. Afinal, no meio ambiente o tempo de degradação é elevado. Com isso, a solução estudada pela Pirelli visa mitigar estes problemas e sinaliza a preocupação do setor de logística com práticas de ESG.