Se você gosta de novidade, não pode perder o desfile da escola de samba da Rosas de Ouro, última a desfilar no Carnaval de São Paulo, provavelmente já na manhã do domingo, dia 23 de fevereiro. Neste ano, uma das escolas mais tradicionais de São Paulo, que reúne a comunidade da Freguesia do Ó, na Zona Norte da cidade, levará ao Sambódromo do Anhembi o enredo “Tempos Modernos”, que pretende unir arte, cultura e tecnologia em um desfile ousado e inovador.
Uma das alas, chamada “Future-se!”, será composta por 20 pessoas, que irão desenvolver diversas coreografias sobre seus monociclos elétricos, retratando no Sambódromo uma nova proposta de mobilidade urbana que vem conquistando cada vez mais adeptos na cidade.
Outro bom exemplo do uso do monociclo como meio de transporte vem de André Machado, carnavalesco da própria Rosas de Ouro. “Quase todos os dias vou da minha casa na Vila Mariana, na Zona Sul, até a quadra da escola, na Zona Norte, mesclando ao trajeto o uso do metrô e de ciclofaixas”, diz Machado.
Antes de comprar um monociclo e sair por aí, recomenda-se fazer primeiro um treinamento. A Eletricz, por exemplo, localizada na Vila Nova Conceição, oferece uma pequena pista de treinamento para quem compra veículos elétricos, como monociclos e patinetes. Além disso, é importante adquirir os equipamentos de proteção individual (EPIs) necessários, como capacete, joelheiras, protetores de punho e cotoveleiras, como o monociclista da foto à esquerda.
Rafaela Ferraz, 38 anos, locutora e apresentadora
“Confesso que fiquei enlouquecida quando me convidaram para participar desse desfile da Rosas de Ouro, pois uni duas paixões: o samba e o monociclo. Sou carioca e adoro Carnaval. Será uma oportunidade incrível para as pessoas conhecerem melhor o monociclo elétrico. Isso não é o futuro. É o presente. Tenho o monociclo há pouco mais de seis meses e o uso praticamente todos os dias da semana. Não sou de medir muito, mas creio que ando cerca de 15 km por dia. Só não o tiro de casa quando está chovendo muito. Eu morava na Santa Cecília até julho do ano passado e trabalhava na Berrini. Pegava metrô, trem, gastava um bom dinheiro com Uber… Eu queria mudar tudo aquilo por um veículo elétrico. Pensei em bike ou patinete. Mas, quando comecei a investigar melhor, descobri o monociclo. Depois, fiquei sabendo de um casal que trocou o carro pelo equipamento. Aquilo me animou muito. Fui fazer o treinamento e adorei. Ele é prático, leve, funcional e econômico. Desde então, minha relação com São Paulo mudou. Hoje, conheço melhor os bairros da cidade e sei qual é mais perto de qual.”
Igor Guedes Pereira, 38 anos, arquiteto e designer
“Achei fantástico ser convidado para desfilar na Rosas de Ouro, sempre tive vontade de sambar no Sambódromo. E ter essa oportunidade agora foi incrível. Eu vi um monociclo pela primeira vez em 2013, quando notei alguns orientais andando pela região da Rua 25 de Março. Naquela época comecei a pesquisar sobre o equipamento na internet. Comprei o meu monociclo em dezembro de 2015 – até então costumava usar ônibus e metrô. Com o monociclo melhorou e muito minha qualidade de vida. Além disso, o aparelho é muito econômico — ando em média de 900 km por mês e gasto apenas cerca de R$ 15 de energia.”
Roberto Tarik, 31 anos, empresário
“Nunca me imaginei desfilando no Anhembi, muito menos de monociclo elétrico.Tenho a convicção de que o monociclo elétrico é o melhor transporte já inventado, e as pessoas só precisam conhecê-lo mais para entender que aprender é a parte mais bacana dessa jornada. Eu uso o meu, que comprei em 2016, sete vezes por semana – em média ando cerca 8 km por dia. A partir de 2014 já havia vendido meu carro e comecei a usar apenas transporte público (metrô ou ônibus) e esporadicamente pegava Uber ou táxi. O monociclo transformou um problema na minha vida, que era ter que me deslocar pela cidade, em um prazer. Sair do ponto A ao B hoje é uma diversão, consigo cruzar a cidade das maneiras mais diversas, contemplando o cenário. A maior dificuldade hoje é enfrentar ruas e avenidas que não possuem estrutura cicloviária. A utilização dos monociclos em calçadas (em baixas velocidades) também gera uma dificuldade inicial, pois cada calçada possui um obstáculo diferente (desalinhada, com grama, com degrau).”