Depois de um hiato em função da pandemia, o Salão de Tóquio (ou Tokyo Motor Show) retorna, em 2023, com um novo nome e conceito. Batizado de Japan Mobility Show, o salão acontece, de 26 de outubro a 5 de novembro, no Tokyo Big Sight, moderno espaço de eventos na capital japonesa.
Como o próprio nome dá pistas, a edição inaugural do Japan Mobility Show contará com a participação não apenas da indústria automotiva. Também participarão empresas e startups de vários outros setores cujas atividades vão além da mobilidade. Ao todo, o evento terá a participação de 475 empresas, superando, em muito, os 192 expositores da última edição do Tokyo Motor Show, em 2019.
Segundo Akio Toyoda, presidente da Associação dos Fabricantes Automotivos do Japão, o novo Salão de Tóquio, ou Japan Mobility Show, tem a proposta de unir expositores e visitantes para discutir e imaginar, juntos, como será o futuro.
Seguindo essa nova proposta, as grandes fábricas japonesas de motocicletas já anteciparam algumas das novidades que estarão no evento. Muitos dos modelos ainda são conceitos, mas já dão pistas de como serão as motos do futuro. Confira os destaques de Honda, Kawasaki, Suzuki e Yamaha, na primeira edição do Japan Mobility Show.
O Honda Pocket Concept, um dos destaques do estande da gigante japonesa, é outra versão do conceito de “scooter mala”, originado com o Motocompo e, recentemente, revivido pela Honda com o Motocompacto.
O diferencial do Pocket é que ele é feito de resina acrílica reciclada para demonstrar a aplicação da “circulação de recursos” e da sustentabilidade. Vale também destacar o carro-conceito Sustaina-C, pois, ao lado do Pocket Concept, forma um pacote – ambos feitos com o mesmo material de resina reciclada. Na relação simbiótica deles, ecoa a do carro Honda City do início dos anos 1980, que era vendido juntamente com o Motocompo.
Embora ainda faça mistério sobre as novidades que exibirá no novo Salão de Tóquio, a Kawasaki já prometeu cinco modelos inéditos e inovadores. A fabricante, contudo, não deve perder a oportunidade de mostrar, pela primeira vez ao público japonês, sua moto híbrida, que chega ao mercado em 2024.
Chamado de Ninja 7 Hybrid, o modelo usa um motor a combustão de 450 cc e outro elétrico, prometendo desempenho de moto de 1.000 cc com consumo e emissão de poluentes de modelos de 250 cc. Também devem dar as caras no evento as recém-lançadas motos elétricas da Kawasaki, que têm desempenho semelhante ao de motos de 125 cc.
Assim como outras marcas japonesas, a Suzuki não se convenceu totalmente de que os motores elétricos a bateria são a única solução para a descarbonização das motocicletas. Em seu comunicado oficial, a empresa afirmou que conduz pesquisas e desenvolve propulsores a hidrogênio como uma das iniciativas de múltiplos caminhos para alcançar a neutralidade de carbono.
Tanto que um de seus principais destaques no evento será uma versão da Burgman 400. A scooter está sendo testada com um tanque de hidrogênio com capacidade para 70 MPa (megapascal) e motor a hidrogênio. Além de carros e motos-conceito, a Suzuki deverá apresentar seu primeiro “carro voador”, um eVTOL desenvolvido em conjunto com a também japonesa SkyDrive.
Pelo menos antes da abertura do evento, a Yamaha é a marca que promete seis novidades interessantes em duas – e até três – rodas. O principal destaque é a segunda geração do revolucionário conceito Motoroid. A famosa “moto que não cai”, além de ter um sistema de autoequilíbrio, ganhou inteligência artificial para interagir com seu proprietário.
Outra versão da tecnologia de autoequilíbrio, que a Yamaha chama de Sistema Avançado de Assistência à Estabilização da Motocicleta, também equipa a scooter conceito Elove. O sistema de baixo custo, segundo a marca, mantém a scooter na posição vertical até mesmo em velocidades lentas. Situação na qual iniciantes costumam ter dificuldade.
Vale destacar, ainda, os triciclos da Yamaha. Destaque para o TWM. Apesar de usar usar a mesma tecnologia de inclinação das motos de três rodas da marca japonesa, Niken e Tricity, é o primeiro com proposta off-road. A articulação permite a montagem de um suporte que fica nivelado com o solo quando o triciclo está inclinado. Uma reviravolta adicional: o triciclo utilitário e rural tem motorização híbrida, com uma roda traseira movida a gasolina e motores elétricos que movimentam as duas rodas dianteiras.