Pode reparar, uma das coisas que mais se ouve e se comenta durante uma corrida, seja de carros, caminhões ou motos, são os pneus. Furados, degradados numa freada, trocados, macios, médios, quentes ou frios, eles ocupam boa parte das atenções ao longo de qualquer competição.
E não é para menos. Se os bólidos de corrida embarcam e desenvolvem tecnologias de ponta, sejam mecânica ou aerodinâmicas, elas só fazem sentido se o desempenho gerado for transferido para o solo, na forma de tração, frenagem e estabilidade. Os freios mais desenvolvidos do mundo dependem dos pneus para serem eficientes, da mesma forma acontece com motores, transmissões e aerofólios.
Na Stock Car Pro Series, mais competitiva e profissional categoria do automobilismo brasileiro, essa história começou no final dos anos 70, quando os carros, originais de rua e apenas com pequenas modificações, “calçavam” pneus Pirelli Cinturato CN36, que eram comprados em qualquer loja. E, para melhorar a performance, as equipes os lixavam até ficarem quase carecas, aumentando, assim, a área de contato com o asfalto. Imagine, novinhos, os CN36 iam para o torno e boa parte deles virava pó. Eram tempos mais românticos – e pouco tecnológicos.
Atualmente, com 20, 25 carros dentro do mesmo segundo, o romantismo ficou para trás e deu lugar a uma batalha técnica entre as equipes. Se tudo evoluiu, não foi diferente com os pneus, e nada disso seria possível se eles não fossem, rigorosamente, idênticos.
A mesma Pirelli, além da Stock Car, fornece seus compostos para categorias no Brasil e no mundo, como o Mundial de Rally (WRC), o Mundial de GT e, claro, o suprassumo desse esporte: a Fórmula 1. Dentro das 42 temporadas já disputadas pela Stock Car, apenas em 2008, 09, 10, 11 e 12, o fornecedor foi a Goodyear. Em 2013, a marca italiana voltou à categoria, em que permanece até hoje. “A Pirelli se orgulha muito em fazer parte e estar junta com a Stock Car, praticamente, por toda sua história. Nela, conseguimos evoluir nossos produtos ao máximo, levando esse know-how das pistas à rua, de forma que quem ganha é sempre o consumidor”, declarou Fabio Magliano, gerente de produtos Car e Motorsport da Pirelli para a América Latina.
Os pneus da Stock Car são produzidos nas mesmas fábricas em que são manufaturados os pneus da F1, em duas plantas situadas na Europa, uma na Romênia, em Slatina, e outra na Turquia, em Ismit. Além disso, são exclusivos, pois foram desenvolvidos especialmente para os carros da categoria, em conjunto com a engenharia da Pirelli de Milão, considerando todas as peculiaridades dos autódromos brasileiros e suas características.
Tanto o P Zero, slick para pista seca, na medida 305/660-18, quanto o Cinturato, de pista molhada e medida 305/660-18, são utilizados, exclusivamente, pelos carros da categoria. Nenhuma outra competição do mundo tem esse mesmo composto, construção e medidas agregados a um mesmo produto.
Controles de qualidade, logística e armazenagem seguem padrões internacionais de segurança e qualidade, garantindo que os compostos, quando utilizados, apresentem o máximo de performance e integridade.
Toda essa tecnologia adquirida no maior laboratório a céu aberto do mundo, que é a pista de corrida, está embarcada no pneu que Felipe Massa, Rubens Barrichello, Tony Kanaan e outras grandes estrelas da Stock Car colocam em seus carros. Lembre-se disso na hora de trocar os pneus do seu carro.