Transporte rodoviário interestadual. Foto: Adobe Stock
Locomover-se entre estados em um País continental como o nosso não é fácil. A distância entre o ponto mais ao norte, o Monte Caburaí (RR), e o extremo sul, o município de Arroio Chuí (RS), é de mais de 4,3 mil quilômetros. Essa extensão é maior do que uma linha reta entre a África e a América do Norte. Ou seja, ligar todo o Brasil é uma missão difícil, feita com excelência pelo sistema de transporte rodoviário interestadual regular de passageiros.
Dizer que é um serviço importante quase reduz o real valor desse segmento. Ele é essencial, permitindo que o brasileiro viaje a trabalho ou lazer e exerça o direito de ir e vir. Com sua capilaridade, o setor garante acessibilidade, conexão entre regiões e integração do público, especialmente com tarifas mais democráticas e opções para todos. E há um segredo chamado previsibilidade.
O transporte rodoviário interestadual de passageiros é uma atividade regular, com trechos oferecidos diariamente, certeza da oferta e da partida.
Diferentemente do serviço fretado de aplicativo, o ônibus sai na hora marcada, independentemente da quantidade de passageiros. Ter essa previsibilidade e disponibilidade são características valiosas do serviço essencial regular, garantindo confiabilidade.
A segurança no transporte não envolve apenas a preservação da integridade física dos passageiros durante a viagem, mas também a certeza de que o itinerário será cumprido, o que traz a segurança necessária para que um cidadão possa de fato contar com o transporte público.
Esse contexto se aplica a todo o Brasil. Diferente do transporte aéreo, concentrado em grandes centros urbanos e operado por três grandes empresas, o rodoviário alcança 90% das localidades do País em trechos diretos ou com conexões entre as 205 empresas em operação no transporte rodoviário interestadual.
Dessa forma, são milhares de terminais que conectam até os locais mais afastados. Isso vale tanto para serviços de luxo, como leito e semileito, quanto para opções mais econômicas.
Estruturação interna não significa acomodação; há evolução e inovação constantes. Nos últimos 12 meses, foram realizados investimentos de mais de R$ 3,6 bilhões na frota, capacitação profissional, ampliação dos serviços e digitalização, tudo para garantir qualidade e satisfação nessa opção de transporte.
Em outro aspecto, o segmento, além de possibilitar maior mobilidade da população, permite a geração de milhares empregos diretos e indiretos, que vão desde motoristas, operadores logísticos, colaboradores que atuam nos terminais, e manutenção e infraestrutura dos veículos.
De alguma forma, todos dependem dessa grande rede que faz o Brasil se mover. Portanto, o impacto econômico do setor é extremamente relevante, com injeção de recursos em diferentes níveis da economia, dos pequenos aos grandes centros urbanos.
E, em razão desta grande capilaridade, o aspecto social não pode ser ignorado. Em algumas localidades brasileiras, o transporte rodoviário é o único meio de mobilidade acessível a parte da população. Ele permite que pessoas de áreas remotas possam se deslocar para ter acesso a serviços essenciais como saúde e educação, bem como movimentam economias locais a partir do momento em que esse meio de transporte leva passageiros a obterem mercadorias e insumos.
Assim, o transporte rodoviário não conecta apenas pessoas, mas possibilita a circulação da economia, impulsionando comércios locais. É válido destacar, ainda, as tendências e adaptações do setor no quesito sustentabilidade. As empresas têm apostado na redução de emissão de gases de efeito estufa a partir da modernização das tecnologias e otimização de rotas para reduzir o consumo de combustíveis.
Em 2024, conectividade e mobilidade são essenciais para o desenvolvimento econômico e social. O sistema de transporte rodoviário interestadual de passageiros cumpre o desafio de oferecer um serviço de qualidade, previsível, seguro e confiável, conectando o Brasil de norte a sul.