TIC Santos deve percorrer trecho similar a linha 10-Turquesa da CPTM. Foto: Divulgação/CPTM
Em nota, a Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI) do Estado de São Paulo informou que está na fase de finalização do processo de contratação dos estudos de viabilidade do projeto do Trem Intercidades (TIC) Santos, que ligará a capital à Baixada Santista. Conhecido como TIC Santos, o Trem SP-Santos deve passar por algumas estações de metrô da cidade de São Paulo.
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Conforme a SPI, os futuros estudos servem de base para definir o traçado, a interligação com o sistema de trilhos da Região Metropolitana de São Paulo, os pontos de parada e o cronograma.
Entretanto, até o momento, existem poucas definições sobre o projeto. A secretaria já divulga que o Trem Santos-SP terá investimento estimado em R$ 15 bilhões. Além disso, a ferrovia deve ter extensão de 80 a 130 km, beneficiando uma população de 1,8 milhão de pessoas. A viagem deve ter duração de cerca de 90 minutos. Porém, as demais previsões podem e devem ser alteradas com a concretização dos estudos de viabilidade da futura linha férrea.
No início de fevereiro, o governo do Estado de São Paulo assinou um contrato com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para estruturar os projetos do TIC Eixo Sul, entre São Paulo e Santos, e o TIC Eixo Leste, entre São Paulo e São José dos Campos. Além dos projetos de veículos leves sobre trilhos (VLT) Campinas e Sorocaba.
Desta forma, o BID prestará serviços de assessoria para o Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo (PPI- SP). Conforme publicado no Diário Oficial, o valor do contrato é de US$ 12.206.323,18 (cerca de R$ 71 milhões), com vigência de 36 meses.
Embora os estudos definitivos ainda não tenham ocorrido, a SPI já realizou alguns estudos de pré-viabilidade do Lote 2 do Projeto Urban Mobility, composto pelas linhas 10-Turquesa e 14-Ônix da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Neste documento, estão desenhadas algumas previsões sobre o TIC-Santos, como os possíveis pontos de parada na cidade de São Paulo.
O trem SP-Santos deve passar pelas seguintes estações:
O estudo prevê cenários para uma futura separação dos trilhos da linha 10-Turquesa e da linha de carga da MRS Logística, que compartilham a mesma via. Além dessa segregação, o documento cita a adaptação de infraestrutura ferroviária.
“O convênio assinado entre a MRS e a CPTM trata da implantação pela MRS de uma via segregada e exclusiva para o transporte ferroviário de carga com aproximadamente 35 km de extensão”, explica o texto. Essa nova via ficará entre as regiões das estações Rio Grande da Serra e Brás e vai considerar a construção de pátios de cruzamento no trecho denominado “Segregação Sudeste” do convênio, paralelo ao traçado da Linha 10-Turquesa da CPTM.
Ou seja, o convênio entre a CPTM e a MRS deve considerar um espaço necessário para a construção da via para o trem Santos-SP. Isso deve ocorrer independentemente de uma previsão para a execução do novo trem. “Alterações futuras na rede aérea são extremamente complexas com a via em operação, o que pode encarecer muito a obra futuro”, argumenta o documento.
Para isso, o TIC Santos pode utilizar uma das três vias já existentes entre Brás e Santo André. Além disso, o Trem intercidades deve construir uma nova estação entre Santo André e Rio Grande da Serra.
Isso porque o estudo de pré-viabilidade entendeu que o trem Santos-SP deve ter duas vias, uma em cada sentido. O estudo ainda ressalta o desafio de implementar novas vias entre as estações Mauá e Rio Grande da Serra. Isso porque o trecho, de 13 km, em meio à Serra do Mar, apresenta variações de altitude e espaço escasso para implementar mais duas vias, além das duas já existentes.
Já no quesito da segurança de durabilidade de implantação das cinco vias (uma de carga, duas para a linha 10 e duas para o TIC), será necessário uso de pórticos de sustentação do sistema elétrico aéreo, o que vai permitir que os trilhos sejam instalados na menor distância possível entre vias.
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