Construção do túnel para bicicletas obteve 74% de aprovação da população de Zurique. Foto: Divulgação/Governo de Zurique
A Suíça inaugurou um túnel para bicicletas em uma antiga estrutura pensada inicialmente para carros. O espaço passa sob a Estação Central de Zurique, que conecta os distritos 4 e 5 da cidade. Além disso, a estrutura oferece 1.240 vagas para estacionar bicicletas para que usuários acessem o sistema de trens do país.
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Essa infraestrutura virou o “Túnel da Cidade” a partir da sua inauguração em março de 2025. Por ali passam bicicletas mecânicas e elétricas, além de autopropelidos leves. Para isso, todos devem respeitar a velocidade máxima de 20 km/h.
A estrutura do túnel mede 192 metros, com uma pista de seis metros de largura. Em um dos lados do túnel há uma rampa de acesso.
Em 1960, o parlamento suíço determinou a construção da “Estrada Expressa Y”, para conectar ao centro de Zurique, três rodovias importantes que terminaram perto da cidade. O objetivo era aliviar o congestionamento em Zurique. Portanto, em 1962, a aprovação do projeto viabilizou o desenvolvimento do plano.
Entretanto, a estrada A3, que sai de Grisões, precisou de uma ponte. Essa estrutura chegou a ser construída, entretanto, só até um pedaço. Faltaram 1,8 km até a Estação Central de Zurique.
A possível extensão dessa ponte gerou oposição forte da população. Para solucionar o conflito, o governo federal propôs uma passagem subterrânea. A partir da década de 1980, o túnel entrou em fase de construção, com investimentos que perduraram até a década de 2000.
Entretanto, as dinâmicas de trânsito e o aumento de tráfego demonstraram que não seria suficiente. Outras medidas também foram tomadas paralelamente, como a criação de um desvio ao Norte de Zurique. Com esse desvio, inaugurado em 1895, o túnel ficou paralisado.
Inicialmente, o orçamento para a infraestrutura estava orçado em CHF 48,4 milhões (cerca de R$ 330 milhões), pois já considerava os futuros custos de demolição do espaço. Na época, já se acreditava que logo o espaço se tornaria obsoleto. Entretanto, com a mudança do túnel de carros para bicicletas, o custo total ficou em R$ 38,6 milhões (cerca de R$ 261 milhões).
Para isso, em janeiro de 2022, o Conselho Federal recomendou ao Parlamento que excluíssem da resolução a parte que determinada a “Estrada Expressa Y”. Dessa forma, a implementação poderia ser oficialmente descontinuada. Com o pedido acatado, o Conselho Federal editou a Portaria Nacional das Estradas, o que permitiu a economia de CHF 8 milhões (cerca de R$ 55 milhões).
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