Veículo elétrico, uma decisão ecológica e libertária

Foto: Arquivo Pessoal
Marcelo Dejon Souza Dias, empresário e diretor da Abravei
16/02/2021 - Tempo de leitura: 2 minutos, 44 segundos

Vivemos um momento de grande avanço ecológico, smart TVs, internet veloz, smartphones ultramodernos e, em nossas garagens… Veículos com designs futuristas, mas com força motriz de 100 anos.

Não quero ofender quem adora um ronco de um V8, eu também adoro, mas, sinceramente, ninguém sai todo dia de casa para apostar corrida ou dirigir em uma estrada vazia rumo ao pôr do sol. Saímos de casa para entrar atrás de outro carro, respirando toxinas, torcendo para chegar ao nosso destino. Então, por que não substituirmos essa frota por veículos não poluentes, silenciosos, eficientes e, quem sabe um dia, autônomos?

Todo carro convencional é escravo do posto de combustível

Além das vantagens do carro elétrico já citadas neste guia, tem algo que temos de refletir, que é o poder libertário que esses veículos nos trazem. Todo carro convencional é escravo do posto de combustível. E toda gasolina é dependente de um ciclo de produção e distribuição que, além de dispendioso, é extremamente nocivo ao meio ambiente. E nós, motoristas, somos escravos de todo esse sistema.

Quando decidi ter um carro elétrico, em 2015, eu já tinha um híbrido, mas eu queria ter a opção de abastecer em casa como qualquer telefone. É incorreto chamar o híbrido de elétrico justamente pela dependência do combustível. Costumo ironizar: chamar o híbrido de elétrico é o mesmo que chamar de vegetariano quem come cheese salada.

Custo bem menor que os convencionais

Preocupado em relação ao tempo de dez horas para carregar o carro, percebi que, assim como o celular, o veículo faz sua carga durante a noite. Então, costumo também ironizar que, na verdade, não demora dez horas, e sim dez segundos, tempo necessário para plugar o fio na tomada e tirá-lo na manhã seguinte, pois, nesse meio período, estamos em nossas casas dormindo e o carro parado na garagem.

Outra questão básica seria a do aumento no custo de energia. Em termos bem práticos, o custo de carregamento é equivalente a um quinto do que seria se fosse abastecer com algum combustível para o mesmo percurso. Mas, como o assunto é liberdade, esse custo vem a zero se tivermos a possibilidade de instalar placas solares na garagem. Com esse modal, veículo elétrico somado à geração de energia solar, temos um ciclo virtuoso tanto econômico quanto ecológico. Após esses anos todos carregando o carro na tomada igualmente como carregamos nosso celular, me fez constatar quanto é simples essa tecnologia, e disseminá-la se tornou uma missão, que acabou contribuindo para a criação da Associação Brasileira de Proprietários de Veículos Elétricos Inovadores (Abravei), que vem desmistificando o uso do carro elétrico e ajudando, mutuamente, seus associados e a sociedade em geral em adotar uma tecnologia que já é realidade em diversos países. Sim, carro elétrico ainda é caro, mas, assim como aconteceu com os aparelhos celulares, com o tempo os custos irão diminuir drasticamente e os benefícios serão bem mais claramente observados, não somente para quem os possui mas para todo o planeta.