Colaboração de Jaqueline Ferreira e Lucas Veloso
CULTURA POPULAR NA BAHIA
Os festejos para anunciar a celebração da padroeira da cidade de Feira de Santana, na Bahia, permeiam mais de 100 anos de história. O Bando Anunciador de Nossa Senhora Santana, que um dia já foi ligado às classes mais altas da cidade, faz parte hoje do Patrimônio Cultural Imaterial do município, responsável por preservar as tradições da cultura popular da região. Vindos de diversos bairros, os bandos se encontram e percorrem as ruas do centro histórico com fantasias, fanfarras e mensagens de protesto.
Por volta de 1980, os cortejos foram proibidos pela igreja católica, sob o argumento de que a festa teria se tornado profana a ponto de incomodar outras homenagens religiosas à padroeira. Foi somente em 2007 que a celebração foi retomara, a partir de uma parceria com o Centro Universitário de Cultura e Arte da Universidade Estadual de Feira de Santana (Cuca).
Agora, depois de uma pausa de dois anos por causa da pandemia de covid-10, os bandos estão autorizados a se reunir em seus bairros outra vez. Neste fim de semana, por exemplo, tem a festa do Bando do F6 (domingo, 21/8, na praça do bairro, a partir das 7h da manhã). Para mais informações, acompanhe o site do Cuca e siga o Bando do F6.
PARA LER NO TREM
Jéssica Moreira mora em Perus, bairro na zona noroeste de São Paulo. Desde pequena, ela pega o trem para se deslocar pela cidade. Desde pequena, ela gosta de escrever. O resultado dessas duas paixões está no livro Vão: Trens, Marretas e outras Histórias (Ed. Patuá), recheado de crônicas das viagens que ela já fez. Em sua escrita, Jéssica retrata costura os desafios de mobilidade urbana impostos às populações periféricas com o que há de mais interessante, sensível, curioso e divertido no cotidiano dos vagões. A coletânea, aliás, já foi assunto por aqui. Conheça Jéssica e seu trabalho nesta reportagem do Expresso na Perifa.
TEATRO EM SÃO PAULO
Neste ano, é celebrado o Centenário da Semana de Arte Moderna (Semana de 22), uma ação que juntou músicos, poetas, escritores, artistas plásticos e intelectuais para pensar as artes brasileiras “sem influência europeia”. O evento, em meio a debates, polêmicas, críticas e entusiasmos da época, é considerado um marco do modernismo no Brasil e teve entre seus principais articuladores o escritor e dramaturgo Oswald de Andrade (1890-1954).
Agora, o grupo de teatro Bendita Trupe presta uma homenagem ao autor da peça O Rei da Vela. Na obra, Oswald de Andrade buscou retratar a década de 1930 e as preocupações sociais de seu tempo. A pergunta que a Bendita Trupe tenta responder em seu espetáculo é: como seria aquele texto se escrito nos dias de hoje? A resposta vem em forma de música, circo e teatro. O espetáculo Desmascarados — uma (Des)homenagem aos Reis da Vela do século XXI estreou no dia 18 de agosto, no Teatro de Contêiner Mungunzá, e segue em cartaz até 18 de setembro. O teatro fica no centro da capital paulista: Rua dos Gusmões, 43, Santa Ifigênia. Confira a programação completa.