Grupo Afrofit promove atividades físicas para pessoas negras em Porto Alegre

Afrofit abre espaço parar pessoas negras no Parque Redençãp. Foto: divulgação
Ariel Freitas, Favela em Pauta
13/05/2022 - Tempo de leitura: 1 minuto, 46 segundos

O estigma da não existência de negros na região sul do Brasil é mais uma forma de apagar esses corpos. No Rio Grande do Sul, por exemplo, pessoas negras representam 16,2% da população, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sendo assim, projetos como o do grupo Afrofit fortalecem a representatividade dessas pessoas.

Tudo começou no início de 2019, em Porto Alegre e entre amigos do movimento negro instigados a cuidar mais da saúde. De acordo com números da Pesquisa Nacional da Saúde de 2019, a frequência de dias por semana de prática de algum exercício físico mostra mais sedentarismo entre os pretos, sendo que 9,2% não praticam esportes em nenhum dia da semana. Assim, os professores de Educação Física Luciana Dornelles Ramos e Kauê Kamaú idealizaram o Grupo Afrofit, que promove atividades físicas para pessoas negras em Porto Alegre.

Partindo do princípio que a saúde física está diretamente ligada à saúde mental, o projeto busca promover a qualidade de vida da população negra. “Percebemos que muitas das nossas alunas relatam não se sentirem bem nos ambientes das academias, e acabaram encontrando no projeto um espaço de aquilombamento, cuidado e acolhimento”, afirma Luciana, uma das fundadoras da Afrofit.

Os encontros ocorrem aos sábados no Parque da Redenção, ex-quilombo e território de ocupação negra e de resistência na cidade. “O projeto é uma maneira de romper com essa barreira e criar nosso próprio espaço de cuidado, acolhimento e amor preto”, diz Luciana. “Como o racismo se materializa em forma de apagamento de nossa história, buscamos retomar esta autonomia da população negra ocupando o Parque da Redenção para as nossas aulas, como já fizeram nossos ancestrais”

Um dos maiores sonhos do grupo está ter um espaço voltado para a saúde da população negra, onde diversas modalidades de ginásticas e dança, assim como profissionais da psicologia, nutrição e fisioterapia. “Um espaço nosso para o cuidado dos nossos”, explica a fundadora.