Um dos grandes desafios de transportadoras e frotistas é levar as cargas mais sensíveis – como medicamentos – aos destinos mais distantes, sem que elas se deteriorem ou sofram algum dano. Pensando nisso, a Bosch trouxe para o Brasil uma solução de monitoramento inteligente, que já existe na Europa.
A tecnologia está em conformidade com a regulamentação 304/2019 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em vigor desde março de 2020. Ela estabelece requisitos sobre boas práticas de distribuição, armazenagem, controle de temperatura e transporte de medicamentos.
“No Brasil, o modal terrestre ainda prevalece no transporte de cargas”, afirma Alexandre Ferreira, responsável por Vendas, Marketing e Produtos da Divisão Bosch Service Solutions. “Por isso, os produtos não podem estar sujeitos a temperaturas incompatíveis. A maioria das vacinas, por exemplo, deve ser levada em ambiente entre 2 e 8 graus Celsius.”
Antes, nem sempre era possível garantir que o produto ficaria acomodado na temperatura ideal durante uma longa viagem na rodovia. “Trata-se de um assunto muito delicado, pois a eficácia reduzida dos medicamentos pode comprometer a saúde e o tratamento dos usuários”, revela Ferreira.
A Bosch fez uso da tecnologia baseada em Internet das Coisas (IoT). A solução utiliza três sensores dentro da carreta responsável pelo transporte, instalados perto do equipamento de refrigeração, no centro do veículo e na porta do fundo do compartimento de carga.
“Cada sensor, do tamanho de uma caneta, é todo cabeado. Eles analisam as condições de temperatura e umidade, transmitindo as informações para um dispositivo que, em seguida, envia os parâmetros coletados para a nuvem”, destaca.
Uma plataforma inteligente captura esses dados e os repassa, em tempo real, aos agentes da central de monitoramento. Graças ao uso de Inteligência Artificial (IA), o sistema tem camadas de pré-alarmes e alarmes, acionados quando a carga está correndo algum risco. A intervenção é imediata para garantir que as mercadorias sensíveis cheguem ao destino em plena condição de uso.
O sistema proporciona uma visão 100% da carreta e cruza as informações dos três sensores, a ponto de identificar a carga que está mais suscetível a algum dano. “A central consegue entrar em contato com o motorista, pedindo para ele, por exemplo, trocar de lugar a carga que está mais perto da porta ou abrir uma porta só, em vez de duas, na hora de redistribuir os produtos. São pequenas ações que ajudam a evitar perdas”, explica Ferreira.
Não importa a distância do transporte. A carga pode percorrer de Norte a Sul do País, mas, o importante é não sofrer variações de temperatura. “A instalação da tecnologia desonera o cliente, porque ele ganha eficiência no serviço prestado e sabe que entregará a carga sem nenhum risco de deterioração”, diz.
Para Ferreira, “a Bosch vem prestando uma grande contribuição ao introduzir conectividade e Inteligência Artificial em determinados serviços que ajudam a proteger vidas”.