Questionamentos a respeito de investir em uma frota própria ou terceirizar o serviço de logística podem ser determinantes na eficiência do negócio das empresas. É uma decisão estratégica baseada em planejamento financeiros, tributos e custo. Independentemente da escolha, no entanto, há vantagens e desvantagens.
“Ter ou não frota própria envolve diversas avaliações. Fluxo de caixa, custo de capital, previsibilidade de custos, bem como o regime tributário na qual a empresa está enquadrada são itens a serem avaliados para encontrar o melhor custo-benefício para a operação”, observa o consultor de logística Fausto Oliveira.
Centralizar a gestão se apresenta como uma das maiores vantagens ao optar por ser dono da frota. A gestor tem liberdade de criar e planejar o serviço logístico de acordo com objetivos próprios e necessidades dos clientes.
Agilidade nas entregas, poder de decisão rápida e de minimizar riscos são apenas alguns dos aspectos a se levar em conta. Também a possibilidade de personalizar os veículos como um reforço à imagem da companhia é um ganho que não se contabiliza, mas que não deve ser ignorado.
“O controle sobre todas as etapas do processo, o que inclui a escolha do veículo, a seleção do motorista e o planejamento de rotas faz muita diferença. Permite preservar o negócio de acordo com a estratégia definida pela empresa”, lembra Oliveira.
Segundo consultor, o mercado valoriza a capacidade de a empresa atender necessidades específicas. “Uma entrega urgente, fora da programação, por exemplo, é uma flexibilidade que só com veículos próprios será possível.”
A frota própria, no entanto, exige investimentos e gastos constantes. Ainda que a empresa consiga obter custo de financiamento competitivo, terá compromissos recorrentes com manutenção, multas, despesas de viagens, abastecimentos, treinamento de motorista, seguro e renovação de frota. Cabe lembrar também da necessidade de espaço para abrigar os veículos, o que envolve estrutura e medidas de segurança patrimoniais.
No outro lado do prato da balança, a frota terceirizada reduz custos, mas descentraliza a gestão. A empresa tira da frente as rotinas de gastos, ainda que tenha pago indiretamente no escopo do contrato. A vantagem, no entanto, é a previsibilidade dos custos no planejamento financeiro, afinal, a empresa terá conhecimento de quanto irá desembolsar até fim do acordo.
“Terceirizar a frota significa transferir a operação de transporte para um profissional ou empresa. Daí a necessidade e importância de encontrar parceiros alinhados com as expectativas de quem contrata a prestação de serviço”, lembra Oliveira.
Na prática, o prestador de serviço realiza o trabalho operacional e o contratante assume papel de supervisor. Sem controle total sobre todas as etapas das operações de coleta e entrega, se corre o risco de perder eficiência no processo, por exemplo, atrasos ou mesmo perda de flexibilidade no atendimento.
“Para lidar com todas as variáveis e, ao mesmo tempo, garantir sustentabilidade ao negócio, diversas as empresas optam por uma gestão mista, entre ter a frota e terceirizar uma parte”, conta o consultor. “Uma decisão que deverá contribuir com eficiência em sazonalidade, períodos nos quais já se programa maior quantidade de entregas.”
Em linhas gerais, optar pela frota própria vislumbra serviços especializados e atendimento a necessidades inerentes ao negócio. Casos de entregas rápidas e frequentes, serviços 24 horas e uso de equipamento específico para o transporte, cargas indivisíveis, por exemplo.
Terceirizar frota, por sua vez, normalmente estabelece uma estratégia de reduzir custo e providenciar uma organização mais enxuta. A política da empresa procura desenvolver parcerias e colocar foco na atividade principal da empresa, deixando o serviço logístico a quem se dedica ao transporte.