Além de reunir mais de uma centena de especialistas, em diversas conferências, para discutir os desafios do futuro, o PMU proporcionou aos visitantes a possibilidade de vivenciar, na prática, as novidades que prometem transformar a mobilidade do amanhã.
Seja nas pistas de test drive de patinetes, bicicletas e motos elétricas e, até mesmo, de carros elétricos, seja em simuladores de pesados, seja em demonstrações de entregas com drones, o público, presente nos três dias de evento, pôde interagir com os expositores e ter diversas experiências com novos veículos e tecnologias. Confira.
Embora pareça cena de filme de ficção científica, as entregas por drone já são uma realidade, no Brasil. Foi isso que a Speedbird demonstrou ao público, com a simulação de uma entrega com drone, que faz voos autônomos e só depende do operador para sair do chão. Pioneira na logística com esse tipo de veículo, a empresa brasileira, que opera rotas comerciais, no País, em parceria com o iFood, em Aracaju (SE), e com a BRF, nas fazendas de suínos em Santa Catarina, fez diversos voos demonstrativos que atraíram a atenção do público.
“Já operamos três rotas para a BRF, transportando sêmen de machos suínos até as granjas das matrizes em uma fazenda da BRF, no interior de Santa Catarina. Dessa forma, o transporte não precisa ir por estradas de terra. Além de mais segura, não tem manipulação humana, evitando, assim, contaminação e acelerando o processo”, explicou Samuel Salomão, fundador da Speedbird.aero.
Apesar de pedalar 40 quilômetros, diariamente, no trajeto entre Águas Lindas, o bairro em que mora, na periferia de Belém (PA), e o centro da capital paraense, a diretora- presidente da União Brasileira dos Ciclistas, Ruth Costa, 44 anos, experimentou, pela primeira vez, uma bicicleta elétrica, durante o evento.
“Eu tinha outra impressão e até certo preconceito com as e-bikes, porque gosto de pedalar, mas achei muito legal, porque você tem que pedalar – porém, faz menos esforço. Seria muito útil para mim, que levo minha neta na garupa, todo dia”, afirmou Ruth, depois de experimentar uma bike elétrica da E-Moving, com pedal assistido. O sistema, aprovado pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e conhecido como “pedelec”, exige que o ciclista pedale também para que o motor elétrico funcione apenas como um auxílio, permitindo que as pessoas façam um trajeto maior, com menos esforço.
Leandro Vaz, 36 anos, se surpreendeu com o funcionamento da minibike elétrica da Go.Moov, que se assemelha a uma mobilete. “O fato de ela ser muito silenciosa foi o que mais me surpreendeu”, disse, após pedalar por vários minutos na pista de test ride de bikes e patinetes elétricos.
O cinegrafista, que circula com uma bicicleta mecânica, durante a semana, e roda de moto, aos sábados e domingos, também elogiou a autonomia do modelo, que varia entre 50 e 60 quilômetros, com uma carga na bateria. “Serviria muito bem para os meus deslocamentos diários”, declarou Vaz.
A Go.Moov já atua com compartilhamento de patinetes, bicicletas e a minibike elétrica, em seis cidades catarinenses. “A adesão tem sido muito grande e estamos nos preparando para uma rodada de investimentos para expandir o serviço a outros Estados”, afirmou Tiago Bogo, diretor de operações da GoMoov.
Quando pequena, a jovem Alana Zaine sempre queria subir na boleia e sair nas viagens com o tio caminhoneiro. Hoje, com 24 anos, a estagiária da divisão de mobilidade da Siemens conseguiu realizar o sonho de dirigir um caminhão, no simulador de direção de pesados do Sest Senat, usado para treinamento de frotistas, mas disponível ao público, no PMU.
“Achei muito divertido, mas é bem difícil alinhar a carreta nas faixas de rolamento”, brincou Alana, que não tem carteira de habilitação nem para dirigir automóvel, mas pôde experimentar os desafios de guiar um veículo de muitas toneladas, durante o evento.
A empresária Amanda Silva, 26 anos, foi atraída ao evento, pois abriu, recentemente, uma empresa de instalação de carregadores, em sociedade com o marido. Mas, no fim, aproveitou para escolher seu próximo veículo: uma bicicleta elétrica.
“Tinha receio, porque pensava que era como uma motocicleta. Mas experimentei, pela primeira vez, a bike elétrica, e me surpreendi: é a mesma sensação da bicicleta; porém, com menos esforço”, disse ela, que anda de carro todo dia. “Achei bastante acessível o preço – entre R$ 5 mil e R$ 7 mil. Com certeza, vou ter uma”, finalizou, sorridente.
De férias no Brasil, o argentino Federico Izumi, 36 anos, foi atraído ao evento pelos ônibus elétricos. “Passamos por aqui e vi os ônibus. Como sou fã desse tipo de veículo, decidi parar para ver de perto esses elétricos”, contou. O profissional do ramo de seguros, em companhia do primo, aproveitou a oportunidade para fazer um test drive no Peugeot e-208 GT, um dos diversos modelos de veículo elétrico da Stellantis disponíveis para teste no PMU.
“Escolhi ele, porque tenho um 208 a combustão, na Argentina. Nunca tinha dirigido um carro elétrico”, diz Izumi, que se impressionou com o conforto e a suavidade do hatch elétrico. “Quem sabe, um dia, terei um elétrico? Mas eles ainda estão muito caros, também, na Argentina”, afirmou. Outra preocupação do argentino é com a infraestrutura de recarga, no seu país de origem.