Público vivenciou a mobilidade do futuro

Aeronaves da Speedbird fizeram voos demonstração de entregas com drones. Fotos: Marco Ankosqui
Arthur Caldeira
29/06/2022 - Tempo de leitura: 5 minutos, 26 segundos

Além de reunir mais de uma centena de especialistas, em diversas conferências, para discutir os desafios do futuro, o PMU proporcionou aos visitantes a possibilidade de vivenciar, na prática, as novidades que prometem transformar a mobilidade do amanhã.

Seja nas pistas de test drive de patinetes, bicicletas e motos elétricas e, até mesmo, de carros elétricos, seja em simuladores de pesados, seja em demonstrações de entregas com drones, o público, presente nos três dias de evento, pôde interagir com os expositores e ter diversas experiências com novos veículos e tecnologias. Confira.

Entregas por drone já são realidade

Embora pareça cena de filme de ficção científica, as entregas por drone já são uma realidade, no Brasil. Foi isso que a Speedbird demonstrou ao público, com a simulação de uma entrega com drone, que faz voos autônomos e só depende do operador para sair do chão. Pioneira na logística com esse tipo de veículo, a empresa brasileira, que opera rotas comerciais, no País, em parceria com o iFood, em Aracaju (SE), e com a BRF, nas fazendas de suínos em Santa Catarina, fez diversos voos demonstrativos que atraíram a atenção do público.

“Já operamos três rotas para a BRF, transportando sêmen de machos suínos até as granjas das matrizes em uma fazenda da BRF, no interior de Santa Catarina. Dessa forma, o transporte não precisa ir por estradas de terra. Além de mais segura, não tem manipulação humana, evitando, assim, contaminação e acelerando o processo”, explicou Samuel Salomão, fundador da Speedbird.aero.

Bike elétrica sem preconceito

Apesar de pedalar 40 quilômetros, diariamente, no trajeto entre Águas Lindas, o bairro em que mora, na periferia de Belém (PA), e o centro da capital paraense, a diretora- presidente da União Brasileira dos Ciclistas, Ruth Costa, 44 anos, experimentou, pela primeira vez, uma bicicleta elétrica, durante o evento.

Ruth Costa nunca tinha pedalado uma bike elétrica: “Achei muito legal, pois
você tem que pedalar, mas faz menos esforço”. Foto: Marco Ankosqui

“Eu tinha outra impressão e até certo preconceito com as e-bikes, porque gosto de pedalar, mas achei muito legal, porque você tem que pedalar – porém, faz menos esforço. Seria muito útil para mim, que levo minha neta na garupa, todo dia”, afirmou Ruth, depois de experimentar uma bike elétrica da E-Moving, com pedal assistido. O sistema, aprovado pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e conhecido como “pedelec”, exige que o ciclista pedale também para que o motor elétrico funcione apenas como um auxílio, permitindo que as pessoas façam um trajeto maior, com menos esforço.

O futuro é silencioso

Leandro Vaz, 36 anos, se surpreendeu com o funcionamento da minibike elétrica da Go.Moov, que se assemelha a uma mobilete. “O fato de ela ser muito silenciosa foi o que mais me surpreendeu”, disse, após pedalar por vários minutos na pista de test ride de bikes e patinetes elétricos.

Leandro Vaz se impressionou com o funcionamento silencioso da mini-bike. Foto: Marco Ankosqui

O cinegrafista, que circula com uma bicicleta mecânica, durante a semana, e roda de moto, aos sábados e domingos, também elogiou a autonomia do modelo, que varia entre 50 e 60 quilômetros, com uma carga na bateria. “Serviria muito bem para os meus deslocamentos diários”, declarou Vaz.

A Go.Moov já atua com compartilhamento de patinetes, bicicletas e a minibike elétrica, em seis cidades catarinenses. “A adesão tem sido muito grande e estamos nos preparando para uma rodada de investimentos para expandir o serviço a outros Estados”, afirmou Tiago Bogo, diretor de operações da GoMoov.

Sonho de criança

Quando pequena, a jovem Alana Zaine sempre queria subir na boleia e sair nas viagens com o tio caminhoneiro. Hoje, com 24 anos, a estagiária da divisão de mobilidade da Siemens conseguiu realizar o sonho de dirigir um caminhão, no simulador de direção de pesados do Sest Senat, usado para treinamento de frotistas, mas disponível ao público, no PMU.

A estagiária Alana Zaine realizou o sonho de pilotar um veículo pesado no simulador Sest Senat. Foto: Marco Ankosqui

“Achei muito divertido, mas é bem difícil alinhar a carreta nas faixas de rolamento”, brincou Alana, que não tem carteira de habilitação nem para dirigir automóvel, mas pôde experimentar os desafios de guiar um veículo de muitas toneladas, durante o evento.

“Com certeza, vou ter uma”

A empresária Amanda Silva, 26 anos, foi atraída ao evento, pois abriu, recentemente, uma empresa de instalação de carregadores, em sociedade com o marido. Mas, no fim, aproveitou para escolher seu próximo veículo: uma bicicleta elétrica.

Amanda Silva curtiu a sensação de pedalar uma bike elétrica: “O preço é acessível, com certeza vou ter uma”. Foto: Marco Ankosqui

“Tinha receio, porque pensava que era como uma motocicleta. Mas experimentei, pela primeira vez, a bike elétrica, e me surpreendi: é a mesma sensação da bicicleta; porém, com menos esforço”, disse ela, que anda de carro todo dia. “Achei bastante acessível o preço – entre R$ 5 mil e R$ 7 mil. Com certeza, vou ter uma”, finalizou, sorridente.

“Quem sabe, um dia?”

De férias no Brasil, o argentino Federico Izumi, 36 anos, foi atraído ao evento pelos ônibus elétricos. “Passamos por aqui e vi os ônibus. Como sou fã desse tipo de veículo, decidi parar para ver de perto esses elétricos”, contou. O profissional do ramo de seguros, em companhia do primo, aproveitou a oportunidade para fazer um test drive no Peugeot e-208 GT, um dos diversos modelos de veículo elétrico da Stellantis disponíveis para teste no PMU.

De férias no Brasil, argentino Federico dirigiu uma versão elétrica do Peugeot 208 que tem no seu país de origem. Foto: Marco Ankosqui

“Escolhi ele, porque tenho um 208 a combustão, na Argentina. Nunca tinha dirigido um carro elétrico”, diz Izumi, que se impressionou com o conforto e a suavidade do hatch elétrico. “Quem sabe, um dia, terei um elétrico? Mas eles ainda estão muito caros, também, na Argentina”, afirmou. Outra preocupação do argentino é com a infraestrutura de recarga, no seu país de origem.