A pesquisa de acessibilidade na aviação civil tem identificado alguns dos principais desafios para pessoas com deficiência em aeroportos do Brasil. Questões como a comunicação das informações de voo para pessoas com deficiência auditiva e o cuidado com o transporte de cadeiras de rodas já aparecem como problemas apontados pelos participantes.
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O estudo, desenvolvido pelo Ministério dos Portos e Aeroportos (MPor) em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFScar), ainda está em andamento. Até o momento, as entidades estão realizando a coleta de sugestões e críticas de pessoas com deficiência em relação ao serviço nos aeroportos.
De acordo com o resultado prévio já obtido pelo MPor, a pesquisa tem mostrado uma maior necessidade de ampliar o uso de tecnologia para pessoas com deficiência. Com base nas respostas, os problemas começam desde a acessibilidade durante a procura por passagens nos sites e aplicativos das companhias aéreas. Pessoas surdas ou com deficiência auditiva, por exemplo, também relataram problemas na hora do embarque e dentro das aeronaves para compreender as orientações repassadas pelos tripulantes.
De acordo com o MPor, o estudo tem o objetivo de coletar as opiniões de pessoas com deficiência para melhorar a qualidade na prestação dos serviços de aviação. Essa avaliação considera ações desde o momento da aquisição da passagem aérea até o desembarque.
A pesquisa utiliza como métrica uma escala de 1 a 5. Com este parâmetro, o participante pode avaliar tanto a relevância das práticas de acessibilidade apresentadas pelas empresas e companhias. Além disso, pode classificar a efetividade das práticas com as quais já teve experiência durante suas viagens. Ao todo, são 89 itens para serem avaliados.
Até o momento, conforme divulgado pelo MPor, as práticas mais relevantes realizadas pelas companhias foram a “capacitação dos trabalhadores para atendimento de pessoas com deficiência” e “disponibilização dos recursos de acessibilidade”, de acordo com as respostas.
As práticas mais bem avaliadas até agora foram, para o caso dos aeroportos, a utilização de “ponte de acesso para embarque/desembarque acessível”. Para o caso das empresas aéreas, os “programas de visitas para familiarização com o ambiente e com os procedimentos que são realizados durante uma viagem aérea” pontuaram melhor.
A pesquisa está disponível para a participação de passageiros, operadores aéreos e operadores aeroportuários na plataforma Participa + Brasil e no site do projeto Aviação Acessível.