A Gohobby, empresa que importa e distribui drones no País, realizou na sexta, 20, os primeiros dois voos com evtol (sigla em inglês para aeronave elétrica de pouso e decolagem vertical) no Brasil. O evento ocorreu na cidade de Quadra, no interior de São Paulo.
Victoria Jing Xiang, COO da eHang, empresa que fabricou a nave, destaca que esse foi o primeiro voo com um evtol em toda a América Latina. Para ela, o Brasil representa um ecossistema importante. “Nossa missão, como empresa, é tornar a mobilidade aérea acessível para todos”, ela diz, se referindo ao mercado nacional.
O veículo, que também é conhecido como carro voador, permaneceu no ar por 7 minutos na primeira decolagem e 4 na segunda. A nave fez um voo não tripulado e sem cargas, voando a 30 metros do solo e 40 km/h.
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O evtol do modelo EHang 216-S é totalmente pilotado a distância. Um operador em solo define previamente qual será a rota e altitude da nave em cada trecho. Em seguida, é necessário apenas monitorar o percurso, com possibilidade de intervenção se necessário.
O voo teste foi autorizado pela ANAC. Em 6 de setembro a Gohobby recebeu o CAVE (Certificado de Autorização de Voo Experimental), permissão que tem fins de pesquisa e desenvolvimento apenas.
“É difícil prever quando essas naves poderão voar no Brasil. A ANAC não gosta de cravar datas e segue as regras internacionais, mas a aeronave já é certificada na China. Sendo assim, seria muito mais fácil, por meio de um acordo bilateral, certificar essa nave aqui”, afirma Adriano Buzaid, CEO da Gohobby.
“Este veículo aéreo não tripulado possui 5,73 metros de largura e 1,93 metros de altura, suporta uma carga de até 620 kg e pode alcançar uma velocidade de 130 km/h”, de acordo com a Gohobby.
A nave não emite poluentes, pois se move usando baterias elétricas, essas se carregam em duas horas e possuem autonomia de 30 minutos e, dependendo da velocidade, podem voar até 30 km de distância.
”A eHang está investindo uma quantia significante de recursos em pesquisas sobre densidade elétrica das baterias”, afirma Jose Rexach, COO da empresa na Europa e América Latina. De acordo com ele, as baterias devem evoluir para permitir um voo com o dobro ou triplo do tempo e distância até o final do ano que vêm.
O modal pode pousar no topo de prédios, heliportos e até mesmo zonas planas sem infraestrutura, o que permite a operação em diversos locais.